Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PRESCRIÇOES INDISCRIMINADAS EXPOE RISCOS DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS NA PRESENÇA DE SINDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPIDE

Fundamentação/Introdução

A síndrome antifosfolípide (SAF) é um distúrbio autoimune, definida como uma condição pró-trombótica, caracterizada por trombose arterial e venosa, morte fetal e abortos espontâneos recorrentes, e trombocitopenia, acompanhada de títulos elevados de anticorpos antifosfolípides (AAF): anticoagulante lúpico e anticardiolipina. Embora de patogenia definida, a capacidade dos médicos de prever o risco de fenômenos tromboembólicos nestas pacientes ainda é limitada, sendo, portanto, negligenciada durante a prescrição de anticoncepcionais orais (ACO). Nesse contexto, o diagnóstico da SAF ocorre predominantemente após o aparecimento de complicações clínicas fatais.

Objetivos

Analisar a negligência diagnóstica da SAF em prescrições indiscriminadas de ACO.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura realizada a partir das bases de dados SciELO, MEDLINE e PubMed. Foram selecionados estudos de metanálise, revisões literárias e artigos publicados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Resultados

A SAF resulta em alteração na regulação da homeostasia da coagulação sanguínea, predispondo a formação de trombos arteriais e venosos, sendo assim, o uso de ACO exerce um efeito aditivo sobre o risco de trombose, representando uma contraindicação absoluta na SAF. Somado a isso, a maioria das portadoras dos AAF não estão cientes de seu fenótico genético, e durante a prescrição médica ao uso de ACO, não há a pesquisa clínico-laboratorial necessária, como prevista pelos critérios de elegibilidade do uso dos métodos anticoncepcionais. Comumente, há o desenvolvimento, por exemplo, de embolia pulmonar, de acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio e de trombose venosa profunda, após poucos meses de uso de ACO. A partir da repercussão clínica e da investigação diagnóstica é que se tem o diagnóstico tardio de SAF.

Conclusões/Considerações finais

As manifestações clínicas da SAF são heterogêneas, determinando sua evolução variável e difícil diagnóstico, pois algumas características clínicas podem passar desapercebidas pelas próprias pacientes. Nessa perspectiva, os médicos devem estar atentos quanto à possibilidade de trombofilias e realizar a devida investigação, para que, em conjunto com as pacientes, seja avaliado a real necessidade do uso desses. O diagnóstico precoce proporciona um tratamento adequado e reduz o risco de complicações em jovens adolescentes.

Palavras-chave

Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide, Anticoncepcional, Negligência.

Área

Reumatologia

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil, FAMENE - Paraíba - Brasil, UFMA - Maranhão - Brasil, Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal do Piauí - Piauí - Brasil

Autores

SONIELY NUNES DE MELO, Nayara Sandriele Santana Souza, Luís Henrique Santos Sousa, Matheus Magalhães Meneses, Emanuel Victor Cordeiro Costa Silva, Cristiene Neta Sá Araújo