Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇAO ENTRE FIBROSE CISTICA E DOENÇA OSSEA: REVISAO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Fundamentação/Introdução

A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva, em que sua expressão clínica resulta da disfunção da proteína reguladora da condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR), que atua como canal de cloreto, promovendo um equilíbrio entre íons e água. Dessa forma, sabe-se que na FC ocorre um transporte defeituoso desse canal, especialmente nas células exócrinas dos pulmões, pâncreas e glândulas sudoríparas, o que constitui uma sintomatologia heterogênea. A partir disso, tem-se que a doença óssea relacionada à FC (DOFC) é uma de suas comorbidades mais prevalentes, que predispõe os pacientes a apresentarem osteopenia e osteoporose.

Objetivos

Correlacionar a doença óssea e com a FC, em virtude da complexidade das comorbidades e complicações para os indivíduos portadores.

Delineamento e Métodos

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, apoiada nas bases de dados Scielo e PubMed, entre os anos de 2008 a 2017, nos idiomas português e inglês.

Resultados

Diante do estudo, foi visto que DOFC é uma das complicações da FC. A sua patogênese pouco esclarecida, acredita-se que seja multifatorial, sendo relacionada a uma deficiência da absorção das vitaminas D e K e cálcio, além do sedentarismo, desnutrição e à corticoterapia, ocasionados pela sintomatologia e tratamento da FC. Além disso, há fatores que corroboram para a DOFC, como a massa óssea abaixo do ideal, perda de massa óssea na idade adulta, infecções crônicas, falta de exercícios físicos, diabetes, uso prolongado de corticoides e baixos níveis de hormônios anabólicos e sexuais. Enquanto os fatores protetores são constituídos pelo estado nutricional adequado, a reposição de enzimas pancreáticas e o controle da doença pulmonar. Entretanto, observou-se um aumento dos índices de osteopenia e osteoporose nos portadores de FC, que resultaram em fraturas aos mínimos traumas, principalmente nas vértebras lombares, em virtude da maior susceptibilidade desses ossos às alterações ocasionadas pela sintomatologia e tratamento da FC. E, com relação aos efeitos colaterais da terapia medicamentosa da DOFC, foram relatados: DRGE e esofagite.

Conclusões/Considerações finais

Portanto, segundo as evidências dos estudos analisados, podemos concluir que existe uma alta prevalência da DOFC. No entanto, devido à escassez de informações acerca dos pacientes tratados com fibrose cística no Brasil, ainda há limitações destas pesquisas, fazendo-se necessário o aprofundamento dessa temática para abordagens mais amplas.

Palavras-chave

Fibrose cística; doença óssea; cystic fibrosis

Área

Clínica Médica Geral

Instituições

FAMENE - Faculdade de Medicina Nova Esperança - João Pessoa - Paraíba - Brasil, UNIFACISA - Faculdade de ciências Médicas de Campina Grande - Paraíba - Brasil

Autores

SARAH HERCULANO NOBREGA, THAMIRYS DANTAS NOBREGA, VICTOR ARTHUR EULÁLIO BRASILEIRO, ELVIS DIAS OLIVEIRA, JORDAN WILLY GALDINO LINS