Dados do Trabalho
Título
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE EM PACIENTES GESTANTES
Fundamentação/Introdução
A relação entre as perdas gestacionais e as doenças autoimunes foram provadas há três décadas, notando-se que anticorpos antifosfolípides estão presentes em 16% a 20% de mulheres com perdas gestacionais. A síndrome antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune caracterizada por trombose arterial ou venosa recorrente e/ou morbidade gestacional e pela presença dos anticorpos antifosfolipídeos. Esses anticorpos nos trofoblastos atuam sobre a decídua materna, gerando lesão celular, inibição da formação e proliferação sincicial, além de reduzir a produção de gonadotrofina coriônica, levando a invasão defeituosa.
Objetivos
Abordar a importância do diagnóstico precoce de SAF em gestantes, provando a redução da morbimortalidade e melhorando o prognóstico frente às complicações típicas dessa patologia.
Delineamento e Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática integrativa da literatura, fundamentada na base de dados do Scielo, PubMed e Lilacs. Utilizou-se como critérios de inclusão artigos publicados nos últimos dez anos e sem restrição de idioma.
Resultados
A probabilidade de perda fetal em pacientes com SAF é de 50% a 75%. O risco fetal está diretamente relacionado com o título de autoanticorpos anticardiolipina, particularmente, IgG. Os resultados gestacionais com fetos nascidos vivos aumentam para 80% quando a terapia antitrombótica é iniciada, mas a falha em 20% a 30% dos casos, mesmo com o tratamento correto, que consiste em aspirina em baixa dose com ou sem heparina, revela que ainda há mecanismos desconhecidos. Em conformidade, outros estudos revelam que a administração de aspirina em baixa dosagem e de heparina durante a gravidez mudou o tratamento dessa patologia elevando as taxas de sucesso para 75% a 85%. Mas a frequência de complicações nas gestações ainda permanece elevada.
Conclusões/Considerações finais
Desse modo, é evidente a importância do diagnóstico precoce da SAF em gestantes, apesar do risco de outras morbidades obstétricas continuarem altas, a taxa de nascidos vivos apresenta uma elevação considerável quando comparada com gestantes que não receberam o tratamento adequado. Ademais, é necessário a identificação desses casos e o manejo correto para Centros de referência em gestações de alto risco, para que sejam tomadas medidas de suporte necessárias, que podem se estender durante toda a gravidez e no puerpério. Outrossim, é necessária maior difusão do conhecimento sobre essa entidade clínica, possibilitando melhor compreensão sobre perdas fetais inexplicadas.
Palavras-chave
Diagnóstico Precoce; Gestantes; Síndrome Antifosfolipídica;
Área
Reumatologia
Categoria
Revisões Sistemáticas
Instituições
UNIT-AL - Alagoas - Brasil
Autores
SANTILIA TAVARES RIBEIRO DE CASTRO E SILVA, Cláudio Gabriel Pinto, Rayana Trajano Ribeiro de Assis, Soniely Nunes de Melo, Carlos Henrique Bezerra de Siqueira, Maria Alexsandra Eugenia da Silva