Dados do Trabalho
Título
ENDOCARDITE INFECCIOSA DE REPETIÇÃO ASSOCIADO A VÁLVULA AÓRTICA BICÚSPIDE: UM RELATO DE CASO CLÍNICO.
Fundamentação/Introdução
A endocardite infecciosa (EI) é uma infecção do revestimento interno do coração (endocárdio) que geralmente também afeta as válvulas cardíacas. Apresenta uma taxa de recidiva muito elevada, com maior frequência de acometimento da válvula mitral e próximo a defeitos congênitos.
Objetivos
Descrever o caso de EI de repetição com acometimento de válvula aórtica e válvula mitral, em paciente com válvula aórtica bicúspide.
Delineamento e Métodos
Paciente do sexo masculino, 34 anos, sem comorbidades prévias conhecidas, foi encaminhado para serviço de referência em cardiologia na cidade do Recife, no dia 6 de dezembro de 2019, por apresentar dispneia a pequenos esforços, dispneia paroxística noturna, ortopneia, edema em membros inferiores e tosse. Relatava ter realizado um procedimento odontológico dois meses antes, onde iniciou quadro febril após alguns dias. Na sua admissão, foi constatado dispneia, sopro diastólico de regurgitação aórtica (+4/+6), pulsos amplos e cheios, pressão arterial 160 x 60 mmHg, creptos finos basais bilaterais, edema em membros inferiores (+5/+6), taquicardia sinusal e ausência de febre. Iniciado o tratamento para Insuficiência Cardíaca Descompensada, foi diagnosticado EI como causa da descompensação cardíaca, sendo prescrito antibioticoterapia com ampicilina, oxacilina e gentamicina.
Resultados
O ecocardiograma (ECOTT) mostrou válvula aórtica bicúspide com pontos de calcificação, insuficiência da válvula aórtica moderada e imagem sugestiva de vegetação, realizado um ecocardiograma transesofágico (ETE) confirmando o diagnóstico. O paciente foi submetido a troca da válvula aórtica por válvula biológica. No dia 14 de janeiro de 2020, feito novo ECOTT, estava presente insuficiência mitral leve e suspeita de vegetação em válvula mitral. O ETE evidenciou abscesso perivalvar e rotura de cordoalha da válvula mitral. Devido a isso, foi substituído os antibióticos para rifampicina, meropenem e vancomicina, sendo diagnosticado uma nova EI em valva mitral associada a ruptura de folheto anterior. No último dia de evolução, 20 de fevereiro de 2020, paciente aguardava por cirurgia para substituição de válvula mitral e permanecia em uso de antibioticoterapia. Apesar dos sucessivos quadros infecciosos, o paciente em questão apresentou todas as culturas de ponta de cateter e hemoculturas negativas.
Conclusões/Considerações finais
O presente caso demostra que a EI é uma afecção grave e por mais que seja instituído a terapêutica adequada, não opõe há possibilidade de recidiva.
Palavras-chave
endocardite; valva aórtica; valva mitral; insuficiência.
Área
Cardiologia
Instituições
Hospital Agamenon Magalhães - Pernambuco - Brasil, UNINASSAU - Pernambuco - Brasil, Universidade Católica de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil
Autores
Débora Cavalcante Belfort, Andréa Cavalcante Belfort, Carlos Alberto Tenório de Araújo III, Marcos Cavalcante Belfort, Hermilo Borba Griz