Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ALÉM DA CONTAGEM DE LINFÓCITOS T: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM PACIENTE COM IMUNODEFICIÊNCIA PROFUNDA

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: O estabelecimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (SIDA) se relaciona com diversas entidades definidoras da síndrome, bem como com queda na contagem de linfócitos T CD4 e aumento da carga viral, se tratamento inadequado ou resistência. Com a evolução da imunodepressão, novas infecções podem ser reativadas. Por outro lado, o déficit de linfócitos pode gerar um cenário de carência de reatividade, dificultando o aparecimento de outros sinais e sintomas.

Objetivos

OBJETIVO: Relatar caso de paciente com imunocomprometimento grave e apresentação clínica tímida.

Delineamento e Métodos

CASO: Homem, 42 anos, é admitido em hospital com estabilidade clínica. O paciente é portador de SIDA há 20 anos, com terapia antirretroviral (TARV) insatisfatória, havendo abandono de terapêutica com 4 internações prévias nos últimos 5 anos. A TARV utilizada pela última vez constituiu-se de tenofovir, lamivudina e efavirenz, na tentativa de melhorar a adesão. O usuário apresentava queixa de desconforto em cavidade oral, há 03 meses, mau hálito e odinofagia, com a observação de placas removíveis em mucosa, de aspecto esbranquiçado. É referido também sensação febril e tosse seca, nesse mesmo período de tempo, sem calafrios. Ainda, mostra lesões em membros superiores e troncos, pruriginosas e disseminadas, sendo esclarecidas à inspeção como pápulas e pústulas com base levemente eritematosa.

Resultados

Foi instituído tratamento com fluconazol endovenoso para resolução da candidíase e solicitado exames para avaliar suspeitas de tuberculose e histoplasmose, negadas. O paciente evoluiu com estabilidade, sendo resgatadas, de 4 meses antes, as contagens de células T CD4 em 01 e carga viral detectável. As placas de candidíase reduziram em dois dias, havendo também diminuído o prurido e as pápulas em pele. No terceiro dia de internação, a cavidade oral já encontrava-se livre e as lesões dermatológias haviam ganhado um padrão crostoso, sugerindo regressão. O parecer da dermatologia atestou o diagnóstico de foliculite eosinofílica, tratado com sucesso com corticosteroide tópico.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO: Diante da imunodepressão, os quadros clínicos são intensamente variados, e, muitas vezes, imprevisíveis. A má adesão terapêutica figura como mola mestra para a redução de linfócitos, resistência à terapia e surgimento de novas patologias. Portanto, com uma contagem de células CD4 tão alarmante mesmo diante da escassa clínica, vê-se a necessidade de investigação franca e intervenção urgente visando à imunocompetência.

Palavras-chave

SIDA; imunodepressão; manifestações clínicas; linfócitos.

Área

Infectologia

Instituições

UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

BRENO VINICIUS DIAS DE SOUZA, HUMBERTO CABRAL DE OLIVEIRA FILHO , LAUANDA ÊNIA DE MEDEIROS ROCHA , TAISA LORENA LEITE DE FREITAS GALDINO