Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

UM PONTO FORA DA CURVA: ADESÃO DE UM DIABÉTICO À MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA E SUA EFICÁCIA TERAPÊUTICA.

Fundamentação/Introdução

O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica crônica caracterizada por hiperglicemia patológica. Sua fisiopatologia consiste em resistência periférica à ação da insulina, secreção deficiente da mesma e aumento da produção de glicose pelo fígado.
Apesar do DM2 ter subsídio genético, ela tem demonstrado maior relação com os hábitos de vida, como prática de exercício reduzida e consumo de dietas desbalanceadas, refletindo no aumento da doença nos últimos anos.

Objetivos

Este relato busca evidenciar a importância da adequada relação médico-paciente para a maior adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico, aumentando, consequentemente, a eficácia terapêutica e freando a progressão da doença.

Delineamento e Métodos

ESM, 42 anos, sexo masculino, queixa-se de poliúria, polidipsia, xerostomia e polifagia há 2 meses. Consta-se obesidade grau I, sedentarismo e histórico familiar de DM2.
Traz resultados de exames laboratoriais: Glicose em jejum: 347 mg/dL; Hemoglobina Glicada: 8,8%; Teste Oral de Tolerância a Glicose: 240 mg/dl. Foi encaminhado para nutricionista, estimulado a realizar exercícios físicos aeróbicos diários e iniciado esquema com Metformina 850 mg, 1 comprimido por dia aumentando para 2 comprimidos após 7 dias e Glimepirida 2 mg, 1 comprimido por dia.

Resultados

Paciente seguiu todas as recomendações e, após 1 ano de acompanhamento, emagreceu 20 kg, todos os exames laboratoriais atingiram os parâmetros da normalidade e atualmente faz uso apenas de 1 comprimido ao dia de Metformina 850 mg.

Conclusões/Considerações finais

O presente caso cursa como um ponto fora da curva do padrão de paciente com DM2: há adesão efetiva ao tratamento não farmacológico e maior eficácia terapêutica, evidenciando dados de que um estilo de vida adequado é cerca de duas vezes mais efetivo que o tratamento farmacológico.
A frágil adesão ao tratamento decorre do pouco conhecimento sobre a doença, por isso é importante a colaboração ativa entre paciente e médico para o sucesso terapêutico. Para tal êxito neste caso alguns fatores demonstraram relevância, como compreender o nível socioeconômico, faixa etária, rotina de trabalho, medicação prescrita e o interesse pelos hábitos do paciente.
Este relato evidenciou o importante papel da boa relação médico-paciente na adesão ao tratamento do DM2, com ênfase na terapia não farmacológica e suas potencialidades. Entende-se, ainda, que há a necessidade de mais estudos voltados aos possíveis fatores que podem influenciar na adesão ao tratamento do DM2.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica Geral

Instituições

Escola Multicampi de Ciências Médicas UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

ERIC CYMON DO VALE BESERRA, DIEGO HENRIQUE BRILHANTE DE MEDEIROS, AMANDA LÍDIA DANTAS TARGINO, JOSÉ SEBASTIÃO DE ARAÚRO JÚNIOR, TAISA LORENA LEITE DE FREITAS GALDINO, GABRIELA DE LIMA COSTA