Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

EMERGÊNCIA INFECCIOSA SECUNDÁRIA À REAÇÃO HANSÊNICA. UM RELATO DE CASO.

Fundamentação/Introdução

As reações hansênicas são processos inflamatórios que podem acontecer antes, durante ou após o tratamento da hanseníase. Acontecem quando há uma alteração da imunidade mediada por células. São considerados fatores desencadeantes das reações: infecções, estresse físico e psíquico. Clinicamente há exacerbação das lesões pré-existentes e podem apresentar-se de formas bastante infiltradas e eritematosas. Às vezes, dependendo da gravidade da reação, chegam a ulcerar, sendo porta de entrada para infecções secundárias.

Objetivos

Evidenciar que a reação hansênica é uma emergência clínica. O seu reconhecimento bem como a identificação de infecção secundária, além de evitar iatrogenia, é fundamental para o manejo adequado e resolução do quadro clínico.

Delineamento e Métodos

C.A.A., 39 anos. Paciente portador de HIV em tratamento regular com antirretrovirais, vem queixando-se de manchas no corpo com edema e dor em queimação há cinco dias, que iniciou de forma súbita após um resfriado. Há 2 dias as lesões começaram a drenar conteúdo amarelo-purulento acompanhado de febre alta e sudorese. Em 2019 foi internado para tratamento de Hanseníase. Na época, procurou o serviço de saúde por apresentar as mesmas lesões. Fez o tratamento completo para a forma multibacilar. Ao exame físico: estado geral regular, agitado, fácie de dor, hipocorado, T: 39ºC. AC: RCR, 2T, BNF, sem sopros. FR: 117 bpm, PA: 120x70 mmHg, SpO2: 97%. AP: MV+, simétrico, SRA. FR: 30 irpm. Presença de lesões nodulares e em placa de base eritematosa no tórax, MMSS, MMII, dorso, orelhas e nádegas. Algumas lesões drenam secreção amarelo-purulento, outras apresentam centro necrótico. Observa-se presença de celulite em volta de algumas lesões.

Resultados

Exames laboratoriais: Hemograma: Leve anemia normocítica e normocrômica, presença de leucocitose com desvio à esquerda. PCR e lactato elevado. O paciente foi diagnosticado com reação hansênica tipo I e infecção secundária por Staphylococcus aureus, evoluindo com sepse. Foi internado e medicado com Oxacilina e Prednisolona, progredindo satisfatoriamente, recebendo alta uma semana depois.

Conclusões/Considerações finais

A identificação de uma reação hansênica é fundamental para não submeter o paciente a um novo tratamento poliquimioterápico para hanseníase, evitando, assim, iatrogenia. Além disso, as reações imunológicas são uma emergência clínica que devem ser prontamente tratadas, devido ao potencial de complicação, como a coinfecção por S. aureus e outros patógenos.

Palavras-chave

Hanseníase; Sepse; Infectologia; Emergências; Infecções estafilocócicas.

Área

Infectologia

Instituições

Universidade Potiguar - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

ANDREZZA MARIA ALVES BEZERRA, Abnaias Feitosa De Medeiros, Lindvaldo Oliveira Sousa, Camila Avelino Bezerra Silva, Anna Beatriz Araújo Medeiros