Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

A RELAÇÃO DA DESNUTRIÇÃO PROTÉICO CALÓRICA NA MORTALIDADE DE IDOSOS NO NORDESTE: UM ESTUDO DESCRITIVO ECOLÓGICO

Fundamentação/Introdução

A Desnutrição Protéico-Calórica (DPC) é uma doença severa e muitas vezes fatal. É comum em países pobres e é caracterizada por baixa ingestão dietética de proteínas e calorias. Salienta-se que na região Nordeste (NE), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de domicílios em Insegurança Alimentar corresponde a 38,1%. Ademais, do ponto de vista biológico, conceitua-­se o envelhecimento como um fenômeno caracterizado pela perda progressiva da reserva funcional, que torna o indivíduo mais propenso a ter doenças e aumenta a chance de óbito. Nos casos de doenças agudas ou crônicas a alimentação inadequada em combinação com os efeitos catabólicos leva rapidamente o idoso à desnutrição, percebendo-se, assim, o risco da DPC como possível contribuinte para a mortalidade de idosos.

Objetivos

Pretende-se verificar a relação da desnutrição protéico-calórica nos dos óbitos de idosos no NE.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e quantitativo, com dados públicos, disponíveis no DATASUS, dentro do campo óbitos por faixa etária, segundo região, no período de 2013 a 2017.

Resultados

Dentre os óbitos elencados nas categorias E43 (Desnutrição protéico-calórica grave) e E46 (Desnutrição protéico-calórica) da CID-10, o NE, em relação ao Brasil, é responsável por 36,87% (10.298/27.926) das mortes. Quando comparadas especificamente as faixas etárias envolvidas, percebe-se que os maiores de 60 anos são responsáveis por 81% (8.347/10.298) do total de óbitos por este agravo na região durante o período supracitado.

Conclusões/Considerações finais

O idoso é frequentemente portador de doenças crônicas, destacando-se as cardiovasculares, neoplásicas e respiratórias, em casos de DPC associada há maior chance de descompensação das enfermidades prévias. Sob tal contexto a DPC, geralmente, permanece sem diagnóstico, na medida em que seus sintomas são muito semelhantes às alterações que acompanham o processo de envelhecimento. Nesse sentido, o idoso que possui essa enfermidade apresenta pior prognóstico, o que explica maior morbimortalidade destes perante ao quadro analisado. Assim, o diagnóstico e as condutas adequados frente à DPC são cruciais para a melhoria do prognóstico. Portanto, cabe ao profissional de saúde lançar mão da equipe multiprofissional e estar com o olhar atento para reconhecer e tratar a DPC com a finalidade de impedir que as demais doenças de base sejam agravadas pela condição de desnutrição.

Palavras-chave

Desnutrição protéico-calórica; mortalidade; idosos.

Área

Geriatria

Instituições

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

ANA KAROLLYNE SALVIANO FERREIRA DE MELO, Larissa Mendes Sousa, Sulyanne Saraiva de Almeida, Sabrina Mércia dos Santos Siebra, Ana Paula Freire Cruz, Jiliélisson Oliveira de Sousa