Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIDRADENITE SUPURATIVA: DESAFIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO

Fundamentação/Introdução

Introdução: A hidradenite supurativa (HS), acne inversa ou “doença de Verneuil” é uma doença inflamatória crônica resultante da obstrução folicular. É influenciada por fatores intrínsecos: predisposição genética, alteração hormonal, hipertensão, dislipidemias ou resposta inflamatória sistêmica exacerbada; e fatores extrínsecos: obesidade, tabagismo, diabetes, atrito mecânico e uso de medicamentos como lítio, anticonceptivos, isotretinoína. A HS é mais comum em mulheres (3:1) e nas populações afro-americana e hispânica. O quadro clínico cursa com lesões profundas e inflamatórias nas regiões corpóreas que possuem glândulas apócrinas (anorretal, axilares, inframamárias, inguinal e perineal), com formação de fístulas e cicatrizes, sendo o quadro álgico e o mau odor impactantes na qualidade de vida dos pacientes. O diagnóstico é clínico e deve ser precoce para diminuir morbidade. O tratamento inclui medidas de suporte, controle da dor, tratamento medicamentoso e cirúrgico, a depender da gravidade e dos sintomas apresentados.

Objetivos

Objetivo: Relatar caso de hidradenite supurativa em paciente do sexo masculino.

Delineamento e Métodos

Delineamento: estudo descritivo com dados coletados em prontuário.

Resultados

Resultado: Paciente de 31 anos, masculino, branco, 103kg, 1,70m, desde 2011 apresentava lesões axilares recorrentes. Em junho de 2019, foi internado por apresentar secreção purulenta abundante com odor nas axilas, sendo diagnosticado com hidradenite supurativa. Iniciou-se oxacilina e ciprofloxacina, sendo este trocado por ampicilina/sulbactam. Os exames apresentavam: hemoglobina: 11,9 (12,8–17,8g/dL); albumina 3,5 (3,5–5,2g/dL), anti-estreptolisina O: 50 (<200), glicose: 112 (70–99mg/dL), sorologias para sífilis, vírus B e C, HIV não reagentes. Apesar da antibioticoterapia, manteve dor importante e restrição de movimento dos membros superiores. Trocou-se o antibiótico para teicoplanina, mantida até a alta do paciente associada ao uso de Biguanida (PHMB). A Cirurgia plástica realizou ressecção das lesões nas axilas D/E. Uma semana após o procedimento, o paciente recebeu alta, sem recorrência das lesões.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: apesar de ser rara, a hidradenite supurativa tem diagnóstico clínico, e quanto mais precoce menores as complicações. Por seu difícil controle, o tratamento deve ser individualizado. O diagnóstico oportuno e o tratamento adequado são essenciais na prevenção de complicações, principalmente em pacientes jovens, proporcionando melhor qualidade de vida.

Área

Infectologia

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

MARIA CONCEIÇAO DE MEDEIROS SIMOES, NATÁLIA FÉLIX CARVALHO, NILMA MARIA PORTO DE FARIAS CORDEIRO DE MEDEIROS, YURI LEITE ELOY, ANA ISABEL VIEIRA FERNANDES, CLARISSA BARROS MADRUGA