Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA ATEROSCLERÓTICA GRAVE COMO CAUSA DE DOR ABDOMINAL: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Aterosclerose é uma inflamação crônica de médios e grandes vasos cujo estado final é a deposição de placas ateromatosas em seus lúmens, resultando em estenose e comprometimento do fluxo sanguíneo no trecho. Os principais fatores de risco são hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia. A doença pode se manifestar em qualquer leito vascular e desencadeia alta morbimortalidade.

Objetivos

Relatar uma causa incomum de dor abdominal relacionada à aterosclerose.

Delineamento e Métodos

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Resultados

JJ.G.S, homem, 62 anos, hipertenso, diabético, ex-tabagista e ex-etilista, com passado de ataque isquêmico transitório e infarto agudo do miocárdio, foi admitido com história de perda ponderal importante e dor abdominal pós-prandial há 4 anos. Queixava-se de dispneia aos moderados esforços, dor torácica atípica e constipação crônica.
Nos exames admissionais apresentava endoscopia digestiva alta, eletrocardiograma, ultrassonografia abdominal e ecocardiograma transtorácico sem alterações. Iniciada pesquisa de lesões de órgão-alvo por aterosclerose tendo em mente quadro clínico associado a múltiplos fatores de risco. Teste ergométrico sugestivo de isquemia miocárdica Cineangiocoronariografia evidenciou doença coronariana multiarterial grave. USG Doppler de artérias carótidas e vertebrais também evidenciaram estenose dos leitos vasculares. Angiotomografia de aorta tóraco-abdominal e artérias ilíacas evidenciou placas parietais não calcificadas em toda extensão da aorta abdominal, tronco celíaco e artéria mesentérica superior (AMS) com importante estenose. Realizada angiografia de aorta abdominal que corroborou achados e procedeu terapêutica com implante de stent em ramos acometidos.
Paciente apresentou melhora clínica importante em seguida. Diante desses achados definiu-se o diagnóstico Aterosclerose difusa grave gerando isquemia mesentérica crônica, com indicação de estatina de alta potência e dupla antiagregação plaquetária por tempo indefinido.

Conclusões/Considerações finais

Pacientes que apresentam dor abdominal crônica com emagrecimento importante, associado a fatores de risco classicamente conhecidos para doença aterosclerótica devem ser investigados para a possibilidade de isquemia mesentérica crônica. Outrossim, estes pacientes comumente apresentam doença aterosclerótica em outros sítios arteriais, devendo ser considerados a investigação de lesões de órgão-alvo específicas conforme quadro clínico.

Palavras-chave

Aterosclerose, Isquemia Mesentérica Crônica, Doença Arterial Coronariana, Dor abdominal, Dislipidemia

Área

Cardiologia

Instituições

Hospital das Clínicas da Universidade federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

BRUNNA RANA, Matheus Augusto de Oliveira Amorim, Marco Felipe Macedo Alves, Amanda Almeida de Medeiros, Pedro Alves Gouveia