Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DO TEMPO DE PERMANÊNCIA HOSPITALAR DE PACIENTES EM TRATAMENTO PARA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO NORDESTE

Fundamentação/Introdução

O tempo de permanência hospitalar (TPH) é um dos indicadores de qualidade institucionais utilizados para definir o rendimento de leito de cada especialidade. É de grande importância pois permite desde avaliar a eficiência de uma determinada unidade até servir como base para mensurar o número de leitos necessários para o atendimento da população.

Objetivos

Verificar possíveis diferenças no TPH do tratamento de insuficiência cardíaca (IC) de pacientes internados no nordeste brasileiro em 2019, e estabelecer sua relação com as taxas de letalidade.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, do TPH relacionado ao tratamento de IC na região nordeste ao longo de 2019. Foram selecionadas as seguintes variáveis por meio do Sistema de Informações Hospitalares e do IBGE: número de internações, sexo, tempo médio em dias de permanência hospitalar (TPH), taxa de letalidade intra-hospitalar (TxL), em porcentagem, e taxa de internação (TxI), em internações/100000 habitantes. Os dados foram analisados na ferramenta SPSS 20.0 pelo teste de Kruskal-Wallis.

Resultados

Dos 44600 pacientes internados por IC, 53,90% (n=24041) eram homens e 46,10% (n=20559) eram mulheres. O número de homens internados foi superior ao de mulheres em todos os estados. A TxI média da região foi 73,1±28,3 internações/100000 habitantes, com o valor máximo encontrado no Piauí (130,9) e mínimo no Rio Grande do Norte (38,3). O TPH médio no Nordeste foi de 8,20±1,82 dias, sendo semelhante entre homens (8,32±1,80 dias) e mulheres (8,04±1,87 dias), com diferença significativa entre os estados (p=0,048). Enquanto o maior TPH médio da região foi encontrado no Ceará (10,5 dias), o menor correspondeu ao Piauí (5,4 dias). A TxL média na região foi 11,15±3,12%, sendo superior em mulheres (TxL=11,57%) em relação aos homens (TxL=10,78%), sem diferença significativa entre os estados (p=0,051). Ao passo que a maior TxL (18,38%) foi encontrada no Rio Grande do Norte, a menor TxL (7,02%) ocorreu no Piauí.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de alguns estados como Piauí e Maranhão apresentarem menores TPH associados a menores TxL, outros estados como Alagoas apresentam curtos TPH associados à altas TxL, assim como Pernambuco apresenta longo TPH com baixa TxL. Dessa forma, é difícil relacionar de forma clara o TPH com a TxL por IC nesse estudo. Novos estudos serão necessários para identificar o motivo destas diferenças e se isso será confirmado nas demais regiões do Brasil.

Palavras-chave

Insuficiência Cardíaca; Tempo de Internação; Mortalidade.

Área

Cardiologia

Categoria

Estudos Originais

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - Sergipe - Brasil

Autores

YURI BARBOSA ARAUJO, GLEBSON SANTOS SOBRAL, ERIKA DE LIMA VASCONCELOS, MARCIO FELLIPE MENEZES VIANA, ANA BEATRIZ ROCHA ALMEIDA, RAFAEL ALEXANDRE MENEGUZ MORENO