Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPOPLASIA APICAL VENTRICULAR ESQUERDA REGISTRADO EM UM HOSPITAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Fundamentação/Introdução

A hipoplasia apical ventricular esquerda (HAVE) é uma cardiopatia congênita extremamente rara de etiologia desconhecida. Os sintomas são inespecíficos e o manejo e prognóstico incertos.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com hipoplasia apical ventricular à esquerda.

Delineamento e Métodos

Paciente adulto jovem, sem comorbidades conhecidas, com quadro de acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) em território de artéria cerebral média esquerda, confirmado por tomografia computadorizada de crânio em 2018. Realizada investigação etiológica do AVEi, sendo observado ritmo de fibrilação atrial ao eletrocardiograma, levando a suspeita de etiologia cardioembolica. O ecocardiograma (ECO) transtorácico evidenciou função sistólica global do ventrículo esquerdo (VE) reduzida em grau moderado, aneurisma dos segmentos basal e médio do septo interventricular (SIV), aumento do átrio esquerdo e aneurisma de septo interatrial sem sinais de shunt. Para melhor avaliação de trombo intracavitário cardíaco o paciente foi submetido a ECO transesofágico que revelou além dos achados do exame anterior, presença de comunicação interatrial com shunt esquerda-direita, não tendo evidenciado trombos. Em investigação das possíveis causas da disfunção do VE, foi solicitado ressonância magnética cardíaca cujo imagens foram sugestivas de distorção arquitetural do VE, exibindo amputação do ápice cardíaco, associado a aneurisma de SIV e hipocinesia difusa das demais paredes dos ventrículos direito e esquerdo.

Resultados

Dessa forma, o diagnóstico de HAVE foi firmado, configurando um evento isquêmico de origem cardioembólica. Foram iniciados medicamentos para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e anticoagulação com Apixabana. Paciente apresentou melhora progressiva dos sintomas neurológicos, recebendo alta para seguimento cardiológico ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

Diante da ocorrência rara associada a apresentação clínica inespecífica da HAVE, torna-se necessário o seu conhecimento por parte dos profissionais médicos com o propósito de diagnosticar precocemente doença, evitando repercussões desfavoráveis.

Área

Cardiologia

Instituições

Universidade Potiguar - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

RENAN CORTES ALVES SOARES, Maria do Carmo Bento Pires, José Américo dos Santos Costa Neto, Rosane Nayara de Medeiros Alves Fernandes, Antônio Aroldo Teixeira Júnior, Lucas Pereira Leite