Dados do Trabalho
Título
MANEJO DA SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA) APÓS INFECÇÃO VIRAL POR INFLUENZA A EM GESTANTE, UM RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
As gestantes compõem o grupo de risco para complicações da infecção pelo Influenza A, dessas as mais frequentes são a SARA (Síndrome da Angústia Respiratória Aguda), a Pneumonia bacteriana associada e a Insuficiência Renal Aguda (IRA). A SARA é uma das condições clínicas que mais comumente justificam o uso de Ventilação Mecânica Invasiva (VMI). Outras estratégias também são usadas nesse caso, como a posição prona, para melhorar a ventilação pulmonar e as trocas gasosas, e as manobras de recrutamento alveolar, mas existem algumas restrições tratando-se de uma paciente gestante.
Objetivos
Discutir sobre o manejo da SARA na infecção por Influenza A sob o aspecto ventilatório e as especificidades na gestante.
Delineamento e Métodos
Descrição do caso: J.R., 26 anos, gestante com 23 semanas foi admitida em Insuficiência Respiratória Hipoxêmica Grave (PaO2/FiO2 = 109,7), com história de síndrome gripal há 5 dias. Foi instituída VMI, inicialmente Ventilação Controlada à Pressão (PCV), com Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) variando de 15 a 18 cmH2O e Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) de 55 a 100%, mas a paciente evoluiu com dificuldade no controle ventilatório, então substituiu por Ventilação Controlada a Volume (VCV) com PEEP variando de 10 a 15 cmH2O e FiO2 de 65 a 100%. Além disso, foi iniciado esquema antimicrobiano e terapia com Oseltamivir.
Resultados
Foi confirmada a hipótese de SARA por Influenza A e a paciente evoluiu com IRA em hemodiálise e Pneumonia Bacteriana associada. Durante a internação a paciente apresentou sinais de Morte Encefálica, que não pode ser confirmado pelo protocolo pelo risco de comprometimento do bem estar fetal. O feto apresentou sinais de sofrimento, sendo indicada Cesárea. A paciente foi à óbito.
Conclusões/Considerações finais
As manobras de recrutamento alveolar podem ser aplicadas indistintamente na SARA, mas em pacientes com altas pressões abdominais, como as gestantes, podem não ter o resultado esperado. A posição prona deve ser considerada em pacientes necessitando de altos valores de PEEP e FiO2, mas não nas gestantes. E sobre a VMI não há dados que determinem superioridade da VCV ou da PCV. Na fase inicial, a PCV promove conforto e trabalho respiratório mínimo. Apesar da VCV ser considerada a modalidade convencional de VM na SARA, a utilização da PCV, tem sido usada o suficiente para ser também considerada “convencional”. Ensaios clínicos sugerindo uma vantagem do uso da PCV são poucos e controversos.
Palavras-chave
Síndrome da Angústia Respiratória Aguda
Ventilação Mecânica Invasiva
Área
Medicina Intensiva
Instituições
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
MARIANA DE OLIVEIRA COSTA, Juliana Oliveira Costa, Guilherme Medeiros de Oliveira Pinto, Júlia Dutra Soares, Marina Mendes Cavalcanti, Hugo Diógenes de Oliveira Paiva