Dados do Trabalho
Título
ESPONDILODISCITE: UM RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
INTRODUÇÃO:
A espondilodiscite infecciosa é um processo inflamatório que engloba o diagnóstico de osteomielite vertebral, espondilite e discite, sendo o corpo vertebral o local mais comumente afetado. Também pode estender-se para dentro do espaço epidural e partes moles paravertebrais. Apresentando, duas etiologias principais séptica e granulomatosa. Configura-se como uma manifestação rara e com elevado risco de complicações.
Objetivos
OBJETIVO:
O presente relato tem como objetivo informar o diagnóstico e tratamento de um caso de espondilodiscite em um adulto com clínica de lombalgia.
Delineamento e Métodos
RELATO DE CASO:
J.R.S., sexo masculino, 50 anos, sem comorbidades. Há 20 dias, relata lombalgia de forte intensidade, com irradiação para a face posterior do membro inferior direito e refratária a analgésicos. Antes da admissão realizou ressonância magnética (RM) sem contraste de coluna lombar, com hipoatenuação dos platôs vertebrais de L4-L5 e L5-S1, aumento das partes moles anteriormente ao corpo vertebral de L5, podendo estar associado a processo inflamatório e infeccioso. Na admissão por manutenção do quadro iniciado terapia conservadora, com uso de dipirona 2g/dia, gabapentina 600mg/dia, ciclobenzaprina 10mg/dia, cetoprofeno 150mg/dia e oxicodona 20mg/dia, com permanência da refratariedade. O laboratório evidenciou elevação na Proteína C Reativa.
Resultados
Realizou RM com contraste que revelou coleção epidural anterior nos níveis L4-L5 e L5-S1, associado a edema dos platôs vertebrais, com apagamento de gordura epidural anterior, comprimindo a face anterior do saco dural e as raízes descendentes correspondentes, sendo sugestivo de espondilodiscite infecciosa. Iniciou antibioticoterapia empírica endovenosa com ceftriaxona 4g/dia e vancomicina 2g/dia por 6 semanas e orientação para continuidade do tratamento oral após a alta por mais 6 semanas. Em 2 semanas de antibioticoterapia paciente evoluiu com melhora total do quadro, sem a necessidade de analgesia.
Conclusões/Considerações finais
CONCLUSÃO:
Trata-se de um caso incomum, de difícil diagnóstico por possuir queixas clínicas relativamente habituais, porém se reconhecido precocemente é reversível e sem sequelas. A espondilodiscite deve sempre ser lembrada em paciente com dor local de caráter inflamatório, rigidez no segmento afetado, raquialgia e refratariedade à terapia analgésica. O tratamento consiste habitualmente em antibioterapia endovenosa prolongada consoante ao agente isolado ou empiricamente, o que implica internamentos prolongados.
Palavras-chave
Osteomielite; Espondilite; Discite; Coluna Vertebral; Dor Lombar
Área
Reumatologia
Instituições
Hospital Central Coronel Pedro Germano - Rio Grande do Norte - Brasil, Universidade Potiguar - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
LUCAS PEREIRA LEITE, Antônio Fernando Coelho Junior Junior, Victor Shelman de Souza Amaral Amaral, Breno Moura Jácome Jácome, Vital Avelino Maia Neto Neto, Renato Uchôa Lins Furtado Furtado