Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES, DO TEMPO DE PERMANÊNCIA E DA TAXA DE LETALIDADE HOSPITALAR DE PACIENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO ELEVADO DE SUICÍDIO NA ÚLTIMA DÉCADA NO BRASIL
Fundamentação/Introdução
O suicídio é a emergência primária da Psiquiatria, quase sempre resultado de um transtorno mental. A internação surge como uma das formas de cuidado que reduzem o risco da sua consumação.
Objetivos
Verificar as diferenças no número de internações hospitalares por risco de suicídio e seus respectivos tempos de permanência entre diferentes regiões brasileiras, bem como sua relação com as taxas de letalidade hospitalar.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, das internações de pacientes em risco elevado de suicídio no Brasil, no período de 2010-2019. Foram selecionadas as seguintes variáveis do Sistema de Informações Hospitalares: número de internações, tempo médio em dias de permanência hospitalar (TPH médio) e taxa de letalidade hospitalar (TLH), calculada pela razão entre a quantidade de óbitos e o número internações computadas no período, multiplicada por 100. Os dados foram analisados na ferramenta SPSS 20.0 pelo teste de Kruskal-Wallis.
Resultados
Foram registradas 107.628 internações por risco elevado de suicídio ao longo do período 2010-2019 no Brasil, tendo sido o Rio Grande do Sul o estado com maior número absoluto de internações (45.185) e o Maranhão, o menor (19). O TPH médio de internação foi de 10,7±3,7 dias, sem diferença significativa entre os estados (p = 0,463) ou entre as regiões brasileiras (p = 0,106). A TLH média foi de 0,26±0,22, mas também não apresentou diferença significativa entre estados (p = 0,453) ou regiões (p = 0,491). Existe, todavia, diferença significativa (p = 0,017) no número de internações entre as regiões brasileiras, tendo sido observada uma dicotomia entre as regiões Norte e Sul do Brasil (p = 0,035), com 398,4 e 20.482,3 internações em média, respectivamente. Portanto, apesar de haver diferenças significativas entre as regiões brasileiras no número de internações, talvez justificada pela heterogeneidade populacional, esta não foi manifestada ao analisar o tempo médio de permanência e letalidade hospitalar.
Conclusões/Considerações finais
Estudos que analisem as características populacionais são necessários para explicar a diferença observada no número de internações por risco elevado de suicídio entre as regiões brasileiras. Algumas hipóteses a considerar são as barreiras no acesso a serviços de Saúde e o estigma atribuído ao suicídio, que pode dificultar a oferta de tratamento especializado a indivíduos em risco de auto-injúria.
Palavras-chave
Suicídio; Hospitalização; Tempo de Internação; Mortalidade.
Área
Psiquiatria
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - Sergipe - Brasil
Autores
GLEBSON SANTOS SOBRAL, YURI BARBOSA ARAÚJO, ISADORA RIBEIRO OLIVEIRA, GLEBSON MOURA SILVA