Dados do Trabalho
Título
ESTUDO DE CASO: DVI EM NAUFRAGIO NA AMAZONIA
Introdução
O transporte de cargas pela Amazônia é feito,
principalmente, através da bacia hidrográfica.
Estimativas da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários revelam que em 2017 o transporte
fluvial conduziu cerca de 9,8 milhões de
passageiros e 3,4 milhões de toneladas em cargas.
Tal fato aumenta os riscos de acidentes com
elevado número de mortes.
A aplicação de protocolos de DVI é fundamental
para a correta identificação humana em desastres
em massa, como no caso de Brumadinho-MG,
relatado por Souza e colaboradores (2022).
O presente trabalho vem demonstrar a importância
da aplicação do protocolo de DVI e a necessidade
da capacitação das equipes para a segurança
pública paraense.
Objetivos
Mediante descrição deste relato de caso, visa
apresentar os desafios da atuação em caso de DVI
na Amazônia.
Parte experimental
O presente trabalho foi estruturado a partir do
estudo de um caso de desastre em massa ocorrido
em Óbidos/PA, onde foi aplicado o Protocolo de
DVI preconizado pela INTERPOL e Polícia
Federal, e resultou na identificação das vítimas.
Resultados e Discussões
Em agosto de 2017, uma colisão entre duas
embarcações causou o naufrágio de um navio na
área de maior profundidade do rio Amazonas (80
metros), fato que dificultou a salvatagem e atrasou
a operação em quatro meses, período necessário
para a redução dos níveis de altura do rio.
Somente em dezembro do mesmo ano iniciaram-se os trabalhos periciais, intervalo que permitiu um
planejamento prévio das ações.
A equipe de perícia contou com 06 peritos
criminais, 01 médico legista, 02 auxiliares, além de
militares do Corpo de Bombeiros.
Foi aplicado o protocolo de DVI da Interpol em
todas as fases de local e recuperação dos corpos,
Ante Mortem, Post Mortem e Confronto, onde foi
possível identificar os nove tripulantes
desaparecidos, cujos corpos estavam em estágio
de decomposição, na fase coliquativa e
esqueletização. É possível inferir que a
profundidade do local e o fato do navio ter ficado
coberto de sedimentos tenham colaborado com a
conservação dos corpos das vítimas.
Conclusões
O planejamento prévio permitiu a aplicação de
todas as fases do DVI e a identificação das nove
vítimas, a demonstrar a importância da aplicação
da referida metodologia em perícias criminais em
casos de desastres em massa na Amazônia.
Palavras Chave
DESASTRES EM MASSA, AMAZÔNIA
Arquivos
Área
Perícias Externas
Autores
CELSO FELIPE BANDEIRA DE SA, JONES MOTA SANTOS, GIUSEPPE ANTONIO HOLANDA TANCREDI, ISABELLA FONSECA TORRES VILAÇA