Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DA PRESENÇA DE AGENTES BIOLOGICOS NA CAMARA PULPAR DE DENTES HIGIDOS POST-MORTEM
Introdução
A estimativa do Intervalo Post-Mortem (IPM) é assunto de grande relevância no âmbito forense por seu papel importante na resolução de casos criminais. Os dentes são estruturas fundamentais nesse contexto, em virtude da sua alta resistência e especificidade. Com isso, supõe-se que a polpa dentária de dentes hígidos, por se localizar na cavidade pulpar, delimitada por tecidos duros, seria menos suscetível à contaminação microbiana após a morte.
Objetivos
Avaliação da presença de agentes biológicos (bactérias e fungos) na polpa dental de dentes hígidos de humanos (cadáveres e vivos), e determinar como esses microrganismos podem auxiliar na estimativa do tempo de estimativa pós-morte em cadáveres.
Parte experimental
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFT - CAAE Nº 37166120.2.000.5519 e Parecer Nº 4.489.214. Para amostragem foram selecionados dentes molares e pré-molares hígidos. No total, 46 dentes, foram analisados, destes, 32 foram coletados de 16 cadáveres que deram entrada no IML de Palmas – TO, e 14 dentes extraídos de 7 pessoas vivas, extraídos em clínica odontológica para fins de tratamento ortodôntico. De cada dente foi extraída a polpa dentária, a partir de cortes com brocas cilíndricas estéreis. Foi realizada a curetagem da polpa dentária e inserção em 9 ml de solução salina 0,85%, uma alíquota da solução transferida para o plaqueador automático que realizou a semeadura em triplicata em placas de Petri com ágar Sabouraud dextrose para fungos e ágar nutriente para bactérias, e incubadas a 25ºC e 37ºC, respectivamente.
Resultados e Discussões
Ao abordar os dados no geral (Tab. 1), observa-se que houve crescimento de bactérias em 17 dentes (36,95%) analisados, destes, 13 eram de cadáveres e 4 de indivíduos vivos. Identifica-se ainda, que houve detecção de fungos em 16 dentes (34,78%), 14 foram de cadáveres e 2 apenas nas amostras de indivíduos vivos. Dentre os 46 dentes avaliados, em 6 (13,04%) foram detectados ambos os microrganismos, apenas em dentes de cadáveres. Após o crescimento no IPM de 13 horas, observa-se crescimento de bactérias apenas nas amostras com 66 horas após a morte. Quando se analisa o início de contagem de bactérias em amostras de dentes dos indivíduos vivos, observa-se crescimento a partir de 5 horas após extração.
Conclusões
Este estudo é inédito e será grande importância a área forense. Os resultados demonstraram que IPM menores apresentam maiores contaminações por bactérias e fungos, no entanto, a predominância de fungo foi maior em cadáveres e bactérias em vivos.
Arquivos
Área
Odontologia
Instituições
Secretaria de Segurança Pública do Tocantins - Tocantins - Brasil
Autores
GEORGIANA FERREIRA RAMOS, RAPHAEL SANZIO PIMENTA