Interforensics 2023

Dados do Trabalho


Título

GRAFOSCOPIA TRADICIONAL X DIGITAL: COMPARAÇAO EM TAXAS DE ACERTO EM DISFARCE E SIMULAÇAO

Introdução

A adoção de tecnologias para a autenticação de documentos digitalmente, dentre elas assinaturas biométricas, torna-se uma realidade no Brasil. Estas assinaturas trazem informações inacessíveis pelo meio tradicional. Neste sentido, é necessário avaliar a performance de Peritos, acostumados apenas com características estáticas, quando utilizada a forma digital manuscrita biométrica.

Objetivos

Verificar se há diferença entre as respostas de Peritos acerca da autoria de assinaturas falsa e disfarce frente padrões quando coletados em caneta e papel versus em mesa digitalizadora com processamento em software forense.

Parte experimental

Foram coletadas 10 assinaturas naturais legíveis, de alta complexidade e 2 questionadas, sendo 1 simulada e 1 disfarce. As coletas foram feitas na forma tradicional e com o uso de mesa Wacom STU-540 e software Firma Certa Forense (FCF). O mesmo falsificador produziu as assinaturas falsas e a mesma pessoa forneceu assinaturas naturais e disfarces. No total, 60 Peritos opinaram sobre a autenticidade das assinaturas falsa e disfarçada, em primeiro momento, apenas da forma tradicional, e em segundo momento com a grafoscopia digital (GD), totalizando 240 respostas. Os avaliadores optaram por uma entre três respostas: 1) As assinaturas questionadas partiram do mesmo punho do fornecedor das naturais; 2) As assinaturas não partiram do mesmo punho do fornecedor das naturais; 3) Inconclusivo.

Resultados e Discussões

Os resultados encontram-se na tabela 1.
Tabela 1. Respostas dos Peritos.
Grafoscopia Tradicional Grafoscopia
Digital
Respostas (%) Q1 (disfarce) Q2 (falsa) Q1 (disfarce) Q2 (falsa)
Certo 27% 27% 43% 68%
Errada 63% 67% 55% 30%
Inconclusivo 10% 7% 2% 2%
Certo+Incoclusivo 37% 33% 45% 70%

No confronto tradicional não houve diferença significativa entre as respostas de Q1 e Q2 (t, p = 1), porém houve diferença na GD (t, p = 7*10-5). Na comparação entre o confronto tradicional e a GD houve diferença significativa entre as respostas, com melhor taxa de acerto no confronto com o uso da GD (Q1, t, p = 0,024; Q2, t, p = 10-8), sendo a maior taxa de acerto para a falsa (Q2).

Conclusões

O uso de mesa digitalizadora e software forense de análise aumenta a taxa de acertos na identificação de assinatura falsa e disfarce, quando comparada com a forma tradicional.

Referências e agradecimentos

LINDEN, J.; MARQUIS, R.; BOZZA, S.; TARONI, F. Dynamic Signatures: a review of dynamic feature variation and forensic methodology. Forensic Sciences International, v. 291, p. 216-229, 2018. doi: 10.1016/j.forsciint.2018.08.021.

Palavras Chave

grafoscopia tradicional, grafoscopia digital, assinaturas biométricas.

Arquivos

Área

Documentoscopia

Autores

PRISCILA DIAS SILY, ERICK SIMÕES CAMARA E SILVA