Dados do Trabalho


Título

AÇAO ANTIBACTERIANA “IN VITRO” DO EXTRATO BRUTO HIDROALCOOLICO E FRAÇOES MYRCIA NEOOBSCURA CONTRA CEPAS PADRAO ATCC E CEPAS CLINICAS MULTIRRESISTENTES

Fundamentação/Introdução

As bactérias são microrganismos unicelulares que podem ter uma relação comensal, mutual ou parasitária com o hospedeiro. A bactéria expressa seu efeito patogênico quando encontra um hospedeiro suscetível, como pacientes imunocomprometidos. Diante da limitação das opções de tratamento e do crescente problema da resistência aos antimicrobianos, é essencial a busca de novas alternativas terapêuticas. Os produtos naturais representam uma valiosa fonte de compostos bioativos, que podem ser uma alternativa aos tratamentos convencionais, com mais 1.300 plantas com atividade antimicrobiana e mais de 30.000 compostos antimicrobianos isolados. Myrcia neoobscura é uma planta endêmica da Mata Atlântica, pertencente ao gênero Myrcia, do qual várias espécies demonstraram importantes atividades antimicrobianas.

Objetivos

Avaliar a atividade antibacteriana do extrato bruto hidroalcóolico (EBH), e as frações acetato de etila (FAE), aquosa (FA), insolúvel (FI), hexano (HEX) e diclorometano (DCM) de M. neoobscura.

Delineamento e Métodos

A atividade antibacteriana foi determinada através da metodologia de microdiluição em caldo (M100, CLSI, 2012) com 01 isolado padrão de cada espécie, sendo 04 ATCCs (American Type Culture Collection): Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylocccus aureus e Pseudomonas aeruginosa; e 04 cepas clínicas multirresistentes: Acinetobacter baumannii, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenêmicos e Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Gentamicina foi utilizada como controle positivo.

Resultados

Entre os isolados padrões ATCC, E. coli apresentou maior sensibilidade à FA, com concentração inibitória mínima (CIM) de 125 μg/mL, seguido de S. aureus com FAE, FA e FI (500 μg/mL). Dos isolados clínicos, A. baumannii demonstrou maior sensibilidade à FAE e HEX (500 μg/mL) e P. aeruginosa à FI e FA (500 μg/mL). Para os outros isolados os resultados foram de 1000 μg/mL ou >1000 μg/mL. Os resultados foram caracterizados como forte (≤100 µg/mL), moderada (100-500 µg/mL), fraca (500-1000 µg/mL) e inativa (>1000 µg/mL) atividade antibacteriana.

Conclusões/Considerações Finais

A atividade antibacteriana de um bioativo pode variar por várias razões, como a composição química da amostra, a sazonalidade da coleta da planta, o mecanismo de ação do bioativo, a biodisponibilidade dos compostos e a resistência bacteriana. A utilização de uma espécie nativa é importante pois valoriza e mostra a importância da conservação da biodiversidade local.

Palavras Chave

bactérias, bioprospecção, antibióticos, produtos naturais

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Área

TEMA LIVRE

Autores

LETICIA BACHMANN, LARISSA MASCARENHAS KREPSKY, MICHELE DEBIASI ALBERTON, TATIANI KARINI RENSI BOTELHO