Dados do Trabalho
Título
NOVO FLUXOGRAMA PARA PESQUISA DE CLOSTRIDIOIDES DIFFICILE ADOTADO PELO SERVIÇO DE DIAGNOSTICO LABORATORIAL DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE
Fundamentação/Introdução
Clostridioides difficile é um bacilo gram-positivo anaeróbio, identificado em 1978 como a principal causa de infecção associada a antibióticos, responsável por sintomas gastrointestinais como diarreia e colite pseudomembranosa. Seu diagnóstico preciso e rápido é de suma importância para evitar a disseminação nosocomial e é fundamental para a escolha do tratamento adequado e adoção de medidas de controle de infecção hospitalar.
Objetivos
Descrever o novo fluxograma para a pesquisa de CDI produtor de toxina no Serviço de Diagnóstico Laboratorial (SDLab) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Delineamento e Métodos
O novo fluxograma consiste no uso de dois testes laboratoriais: o teste imunofluorescente (ECO F GDH, ECO Diagnóstica), para a detecção da enzima glutamato desidrogenase (GDH) produzida pelo CDI, e o teste de qPCR (Xpert® C. difficile BT, Cepheid), para detecção dos genes que codificam as toxinas B (tcdB) e binária (cdt) e também a cepa hipervirulenta (027/NAP1/B1), cuja detecção não estava contemplada no fluxo antigo.
Resultados
A amostra para pesquisa de CDI primeiramente é submetida ao teste imunofluorescente, que possui sensibilidade de 95,23% e especificidade >99,9%. Um resultado negativo para GDH exclui a possibilidade de infecção por CDI. Amostras GDH positivas são submetidas, posteriormente, ao teste de qPCR, o qual possui sensibilidade de 93,5% e especificidade de 94%. O teste de qPCR negativo indica que não há produção de toxinas. Já o teste de qPCR positivo indica a presença de toxinas na amostra, sendo necessárias todas as medidas de precaução para evitar a disseminação nosocomial e também o tratamento do paciente. O tempo total de liberação do resultado com o novo fluxo é de 15 minutos para amostras negativas para CDI e de 60 minutos para amostras positivas. A incorporação da detecção por biologia molecular resultou em uma melhoria no diagnóstico de infecções por CDI, tendo em vista que infecções causadas pela cepa 027/NAP1/B1 são mais graves e difíceis de tratar.
Conclusões/Considerações Finais
A implantação deste novo fluxograma visa melhorar o diagnóstico de pacientes infectados por CDI, evitando gastos desnecessários com internação, isolamento e tratamento de pacientes portadores de CDI não produtores de toxina. Um estudo mais aprofundado em relação ao custo-efetividade da implantação deste novo fluxograma será realizado no decorrer do ano de 2023 no SDLab.
Palavras Chave
Clostridioides difficile; fluxograma diagnóstico; infecção nosocomial
Arquivos
Área
Tema Livre
Autores
LUCAS DA CUNHA ALMEIDA, MARIANA MANGANELLI REMUS, SHEILA BUNECKER LECKE, JANAINA APARECIDA RISCZIK ARRUDA CORRÊA, FREDERICO SOARES FALCETTA