Dados do Trabalho
Título
BIOTECNOLOGIA APLICADA AO DESENVOLVIMENTO DE UM PEPTIDEO COM POTENCIAL ANALGESICO EM MODELO DE DOR DO CANCER A PARTIR DA TOXINA PHΑ1Β DO VENENO DA ARANHA PHONEUTRIA NIGRIVENTER
Fundamentação/Introdução
A dor é considerada um fator incapacitante para todas as pessoas que a enfrentam, especialmente em pacientes com melanoma, um tipo de câncer mortal e metastático. Para o tratamento da dor, é utilizado opioides convencionais, como a morfina. A morfina, apesar de eficiente, gera intolerância após um tempo. Devido a isso, vêm sendo realizadas a busca por novos fármacos. Neste sentido, a toxina Phα1β, presente no veneno da aranha Phoneutria nigriventer, demonstrou a capacidade de bloquear os canais para cálcio regulados por voltagem (CCRV) proporcionando analgesia e ainda, revertendo a tolerância analgésica à morfina, quando administrada por via intratecal. Porém, a obtenção da Phα1β nativa é complexa e a forma recombinante possui alto custo. Desta forma, visando a produção a em larga escala e necessário a busca por moléculas não tóxicas, facilmente sintetizadas e com um custo financeiro reduzido.
Objetivos
Produzir peptídeos derivados da toxina Phα1β, para interagir diretamente com a subunidade α1 dos CCRV associados à dor, e valida-lo em um modelo animal de dor induzida por células tumorais de melanoma.
Delineamento e Métodos
Neste estudo, três peptídeos foram desenhados por bioinformática utilizando ferramentas como SwissModel e SwissPDBViewer e sintetizados quimicamente pela técnica de Fmoc-síntese. Para o desenvolvimento do tumor, foi inoculado células B16F10 na pata traseira direita de camundongos C57BL/6. Após 14 dias, avaliou-se os limiares mecânico e térmico com e sem a administração intravenosa dos peptídeos-1, -2 e -3, utilizando os testes de von Frey e de retirada de cauda.
Resultados
Os três peptídeos aumentaram o tempo de latência para a retirada da cauda dos animais, desde 0,5 até 6 horas após a administração, mostrando uma diminuição da hiperalgesia. O peptídeo 1 ainda demonstrou atividade antinociceptiva, revertendo o limiar mecânico dos animais de 1 a 6 horas após a injeção.
Conclusões/Considerações Finais
Os resultados indicam o potencial antinociceptivo dos peptídeos, destacando o peptídeo 1. Entretanto, são necessários mais estudos para demonstrar o real potencial analgésico desses peptídeos e expandir as opções terapêuticas para pacientes com dor do câncer refratária a outras terapias.
Palavras Chave
biotecnologia; dor; bioinformática; melanoma; analgesia; peptídeo sintético.
Arquivos
Área
Tema Livre
Autores
LIDIANE Anastacio Cruz, EDUARDA MARTINS SOMBRIO, FLÁVIA CESCONETO RIZZATTI, LETICIA ALVES BORGHEZAN, RICARDO ANDREZ MACHADO-DE-ÁVILA