Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO FLÚOR EM UM MODELO ANIMAL DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA INDUZIDO POR ÁCIDO VALPRÓICO

Fundamentação/ Introdução

O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por comprometer o comportamento social, comunicação e linguagem. Nas últimas duas décadas, houve um rápido aumento de casos de TEA. A compreensão da etiologia e fisiopatologia deste transtorno é, urgentemente necessária para encontrar uma forma de prevenção e tratamento eficaz. Atualmente, existe um número limitado de estudos que apontam os efeitos neurotóxicos do flúor (F) em modelos animais de TEA.

Objetivos

Avaliar os efeitos neurotóxicos da exposição crônica ao F, expondo ratos de um modelo animal de TEA induzido por ácido valpróico (VPA) a diferentes doses de F na água de beber.

Delineamento e Métodos

Neste estudo experimental, ratas Wistar prenhes receberam, no 12° dia de gestação, uma única injeção intraperitoneal de 500 mg/kg de VPA ou solução salina 0,9% (SAL). Após o nascimento, os animais foram subdivididos em 3 grupos e expostos a 3 doses diferentes de F na água de beber (ad libitum), a partir do dia 1° do nascimento, até atingirem 60 dias pós-natal (DPN). 1º grupo: controle (água mineral, contendo menos de 1,0mg/L F); 2º grupo: água contendo 10mg/L F; 3º grupo: água contendo 50mg/L F. No 60º e 61º DPN, os animais foram submetidos aos testes comportamentais de campo aberto, labirinto em cruz elevado, murble burying e interação social. Após o último teste, os animais foram eutanasiados e seus encéfalos dissecados em córtex pré-frontal (PF), córtex posterior (CP), cerebelo (CR), hipocampo (HP) e estriado (ES) para análises bioquímicas (DCFH, sulfidrilas e atividade da enzima catalase (CAT)).

Resultados

Animais expostos ao VPA apresentaram comportamento ansioso e déficits na interação social, além de doses maiores de F apresentarem uma piora na atividade locomotora e comportamento ansioso. Além disso, o VPA aumentou os parâmetros de dano oxidativo do grupo VPA+SAL comparado ao grupo controle, evidenciado pelo aumento de DCFH no HP e CP, além de diminuir as defesas antioxidantes (CAT) em HP de todos os animais do modelo animal de autismo. Já o tratamento com F, foi capaz de diminuir as defesas antioxidantes, que diminuiu os parâmetros de CAT no HP (de todos os grupos tratados com F) e diminui as sulfidrilas do grupo VPA+50mg F na região do CX.

Conclusões/ Considerações Finais

O modelo animal utilizado apresenta alterações comportamentais e bioquímicas compatíveis com achados literários. A exposição crônica em altas doses ao F pode provocar alterações comportamentais e bioquímicas, levantando novas questões sobre o F e sua relação com os sinais e sintomas do TEA.

Palavras-Chave

Fluoreto; autismo; comportamento; estresse oxidativo; neurotoxicidade.

Área

Tema Livre

Autores

Maiara de Aguiar da Costa, Bruna de Andrade Flauzino, Caroline Pacheco Rodrigues, Vitória Zaccaron Danielski, Cinara Ludvig Gonçalves