Dados do Trabalho


Título

INFECÇÃO POR SARS-COV-2 EM UM PACIENTE PORTADOR DE LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA

Introdução

O primeiro caso de infecção pelo coronavírus, Vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2) que originou a pandemia da doença de coronavírus (COVID-19), foi detectado em 2019 e, desde então, afetou pessoas em todo o mundo causando milhões de mortes. Os casos mais graves atingiram pessoas com comorbidades, idade avançada e imunocomprometidos, como pacientes neoplásicos. Indivíduos com leucemia mieloide crônica (LMC) são portadores do cromossomo Philadelphia (Ph+), característica de translocação do gene BCR-ABL1, que gera maior atividade da enzima tirosina quinase e consequentemente maior produção de leucócitos.

Objetivos

Avaliar os dados hematológicos de um paciente com LMC pré e pós infecção por SARS-COV-2.

Descrição do Caso

Trata-se de um relato de caso em que os dados foram obtidos diretamente do prontuário do paciente após consentimento dos responsáveis. A amostra de sangue total foi analisada pelo equipamento Sysmex XT 4000i, seguido de confecção de lâmina pela coloração de May Grunwald-Giemsa (MG) para visualização e contagem das células hematológicas. Detecção do vírus foi realizada através da reação em cadeia da polimerase por transcriptase reversa (RT-PCR). O paciente do sexo masculino, 46 anos, foi diagnosticado com LMC em julho de 2019. Um laboratório hospitalar da região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, encontrou no hemograma uma leucocitose de 330.200 mm3 e presença de células imaturas. Seguidamente, a doença foi confirmada por imunofenotipagem com Ph+. Após iniciar o tratamento com quimioterapia o quadro se estabilizou, porém, em junho de 2020, o paciente retornou ao hospital com sintomas gripais sendo internado. Foi realizado o teste de infecção para COVID-19 com resultado positivo. Um mês anterior à internação, o paciente apresentava leucócitos totais de 23.100 mm3 e presença de poucas células imaturas. Com complicações da infecção o mesmo foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e no início de julho de 2020, detectou-se novamente uma leucocitose de 85.700 mm3 com 31% de blastos, ou seja, a doença havia evoluído para crise blástica. Em seguida o paciente veio à óbito.

Conclusões/ Considerações Finais

Não está estabelecida a relação da infecção com a rápida evolução de quadros clínicos como do paciente apresentado. É necessário que se façam mais estudos para assim poder compreender a fisiopatologia viral em pacientes oncológicos e estabelecer melhores medidas terapêuticas.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Jaqueline Rhoden, Fairus Nasralla