Dados do Trabalho


Título

EXTRATO DE ARAÇÁ-VERMELHO PREVINE DÉFICITS DE MEMÓRIA INDUZIDO PELA ADMINISTRAÇÃO SISTÊMICA DE LIPOPOLISSACARÍDEO EM CAMUNDONGOS SWISS FÊMEAS

Fundamentação/ Introdução

O araçá-vermelho (Psidium cattleianum) é um fruto nativo do Sul do Brasil. Vem sendo demonstrado que este fruto apresenta diversos compostos bioativos, principalmente ligados à ação antioxidante. Porém há poucos trabalhos avaliando sua atividade farmacológica. A neuroinflamação é uma reação imune no SNC mediada por fatores pró-inflamatórios e tem sido associada ao desenvolvimento e à progressão de doenças neurológicas. O lipopolissacarídeo (LPS) causa resposta inflamatória quando administrado em animais, sendo considerado modelo experimental de neuroinflamação. Este modelo é útil para avaliar ações farmacológicas de compostos naturais e sintéticos em mecanismos associados a processos imunes e inflamatórios no SNC.

Objetivos

Avaliar os efeitos do extrato de araçá na atividade locomotora e memória de camundongos Swiss fêmeas submetidas a um modelo de neuroinflamação.

Delineamento e Métodos

Utilizou-se 40 camundongos Swiss fêmeas divididos nos grupos: I – Controle (água), II- LPS (250 µg/kg); III - extrato de araçá-vermelho (100 mg/Kg) + LPS (250 µg/kg); IV- extrato de araçá-vermelho (200 mg/Kg) + LPS (250 µg/kg). Os animais receberam água ou extrato de araçá-vermelho via oral durante 15 dias. Do 8o ao 15o dia, os animais dos grupos II, III e IV receberam também LPS por via intraperitoneal, enquanto os animais do grupo I receberam salina. No 14o e 15o dia do protocolo experimental os animais foram submetidos aos testes comportamentais de campo aberto e de reconhecimento de objetos, a fim de avaliar a locomoção e a memória, respectivamente. Todos os procedimentos envolvendo os animais foram aprovados pela Comissão de Ética e Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal de Pelotas (processo número 21979-2019).

Resultados

A administração sistêmica de LPS induziu um déficit de memória nos animais o qual foi evidenciado pela diminuição na exploração do objeto novo no teste de reconhecimento de objetos quando comparado ao grupo controle (P<0.05). O extrato de araçá-vermelho em ambas as concentrações avaliadas foi capaz de prevenir o déficit de memória. Não foram observadas diferenças significativas na atividade locomotora dos animais em nenhum dos grupos avaliados.

Conclusões/ Considerações Finais

Os compostos bioativos presentes no extrato de araçá-vermelho possuem efeito protetor contra déficits de memória induzidos por processos inflamatórios, sugerindo que este fruto pode ter um potencial terapêutico promissor para o tratamento de várias doenças neurológicas.

Palavras-Chave

araçá-vermelho, neuroinflamação, memória

Área

Tema Livre

Autores

Sara Keske, Julia EISENHARDT DE MELLO, KARINA LUDUVICO, Kelen Cristiane Machado Goularte, Roselia Maria Spanevello