Dados do Trabalho


Título

Produção e caracterização de uma biotinta para bioimpressão 3D contendo medula espinal descelularizada para engenharia de tecido neural

Fundamentação/ Introdução

Introdução: Ao longo dos últimos anos a bioimpressão 3D surgiu como uma abordagem promissora no campo da engenharia de tecidos. Essa técnica permite a produção de arcabouços tridimensionais capazes de dar suporte para transplante celular, devido a sua capacidade de mimetizar o ambiente extracelular natural das células. A utilização da bioimpressão 3D permite a regeneração funcional de tecidos com baixa capacidade de regeneração intrínseca, como o sistema nervoso central. A adição de matriz extracelular descelularizada na biotinta utilizada para bioimpressão aumenta a adesão, sobrevivência e proliferação celular.

Objetivos

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi produzir e caracterizar uma biotinta contendo medula espinal descelularizada (DSCT) de ratos para bioimpressão 3D.

Delineamento e Métodos

Metodologia: A medula espinal de ratos foi coletada, cortada em segmentos de 1 cm e descelularizada utilizando detergentes iônicos. O DNA genômico foi quantificado por meio de espectrofotometria, lâminas histológicas foram coradas com hematoxilina e eosina ou marcadas com DAPI. A expressão de marcadores neurais específicos foi avaliada por imunohistoquímica. A citotoxicidade da DSCT foi avaliada utilizando ensaio de viabilidade celular MTT. A biotinta foi produzida utilizando alginato de sódio, gelatina, DSCT liofilizado e células da linhagem PC12 com concentração de 1,5X106 células/mL. A caracterização reológica foi realizada utilizando um reômetro com equipamento de Peltier. A citocompatibilidade do material bioimpresso foi analisada por meio de MTT.

Resultados

Resultados: A quantificação de DNA indicou uma redução de mais de 50 vezes a quantidade de DNA no material descelularizado e as lâminas histológicas confirmaram a presença de poucas células. Análises de imunohistoquímica indicaram uma redução na expressão de GFAP, NF-M, TUJ e laminina na DSCT em comparação ao controle. Os ensaios de citotoxicidade indicaram que a DSCT não é citotóxica para células PC12. O hidrogel contendo DSCT apresentou comportamento de fluido não-Newtoniano e com uma razão G’’/G’ baixa, permitindo uma boa printabilidade sem comprometer a viabilidade celular após a impressão. O ensaio de citocompatibilidade indicou uma alta viabilidade celular 3 dias após a bioimpressão.

Conclusões/ Considerações Finais

Conclusão: De nosso conhecimento esta é a primeira biotinta descrita na literatura contendo DSCT. De acordo com os dados mencionados acima esta biotinta é uma alternativa adequada para a engenharia de tecidos neurais.

Palavras-Chave

Bioimpressão 3D; Engenharia de tecidos; Medula espinal; Descelularização

Área

Tema Livre

Instituições

UFRGS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Marcelo Garrido dos Santos, Fernanda Stapenhorst França, Laura Elena Sperling, Cristian Euzébio Teixeira, Patricia Pranke