Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE DOSES DE VACINAS NOS ÓBITOS POR SARS-CoV-2 EM UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DO SUL DO BRASIL

Fundamentação/ Introdução

A pandemia por SARS-CoV-2 originária do continente asiático, chegou ao Brasil em março de 2020 e até o momento vitimou 680 mil brasileiros. Em virtude da alta velocidade da disseminação, além do isolamento social e uso de máscara, o desenvolvimento de vacinas foi decisivo, visto que reduzem o risco de complicações da infecção viral e minimiza a evolução da doença para cenários graves.

Objetivos

Avaliar o número de doses de vacinas em casos de óbitos por SARS-CoV-2 de um município do Sul do Brasil.

Delineamento e Métodos

Estudo do tipo transversal analítico a partir do sistema de informação da vigilância epidemiológica do município de Ijuí. Foram analisados 301 casos de óbitos por SARS-Cov-2 ocorridos no período de julho de 2020 a julho de 2022. A coleta de dados foi realizada pelo e-SUS com a pesquisa do Cadastro da Pessoa Física do caso do óbito; o cruzamento de informações ocorreu através do software SPSS.

Resultados

Os casos descritos têm uma média de idade de 68 ±13,9 anos, 54,1% (163) do sexo masculino. Além de que, nos casos de óbitos de indivíduos que não estavam imunizados, nota-se que a maioria eram homens (56,1%; n=105) com a média de idade de 67 ±12,9 anos.
O primeiro óbito por SARS-Cov-2 em Ijuí ocorreu em 15 de julho de 2020. A primeira morte após início da imunização ocorreu em 26 de fevereiro de 2021, contabilizando o 78º óbito do boletim municipal. Dos 301 casos de óbitos, 37,87% (114) tomaram 1 dose da vacina; 5,64% (17) tinham o esquema vacinal de 3 doses; somente 0,9% (3) realizaram 4 doses. Sendo que ao menos 3 doses são vistas em idade média de 79 anos ±9,3 anos.
A incidência de óbitos entre vacinados e não vacinados, revela 38,2% e 61,7%, respectivamente; na análise de risco relativo evidencia-se redução de 39% de óbitos entre os vacinados. Em relação ao número de vacinados e não vacinados que foram a óbito considerando o sexo, verifica-se que o percentual de óbitos entre os homens foi de 35,5% e 64,4%; e entre as mulheres 40,5% e 59,4%, para vacinados e não vacinados. A vacina reduziu em 45% o risco de mortalidade no sexo masculino e 32% no sexo feminino.

Conclusões/ Considerações Finais

Ao analisar o comportamento preventivo através da imunização, as mulheres apresentaram maior adesão; é evidente a proteção da vacina e redução de risco de mortalidade na população do estudo. Destaca-se que entre os sexos, os homens vacinados apresentaram maior proteção e redução de risco de mortalidade quando comparados aos não vacinados. Portanto, o número de óbitos seria reduzido caso houvesse maior adesão inicial à imunização.

Palavras-Chave

SARS-CoV-2. Óbito. Doses de vacina. Imunização.