Dados do Trabalho

Título

Citomegalovirose congênita com sequelas precoces e tardias em neonatos assintomáticos: uma revisão sistemática.

Fundamentação/ Introdução

Fundamentação/ Introdução: O citomegalovírus humano (hCMV) é o microrganismo mais frequentemente associado às infecções congênitas sendo a perda auditiva e surdez neurossensorial as sequelas mais frequentemente reportadas em decorrência da citomegalovirose congênita (cCMV), que em sua maioria de forma assintomática. Acerca das condutas indicadas para neonatos com cCMV, parece ainda não existir consenso sobretudo em relação ao manejo farmacológico em pacientes assintomáticos.

Objetivos

Objetivos: Identificar as principais sequelas precoces e tardias de cCMV e o manejo da infecção em neonatos assintomáticos.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: É uma revisão sistemática, foram pesquisados artigos sem restrição de idioma ou ano de publicação, utilizando-se os termos correspondentes em inglês como palavras-chave: "congenital cytomegalovirus infection", "neurological damage", "hearing loss", " asymptomatic" e "sequels". A busca foi realizada por dois pesquisadores independentes nas bases de dados PubMed e Scielo, aplicando filtros para delimitar estudos de base clínica realizados em humanos. Foram excluídos da análise artigos de revisão, relatos de caso e artigos que incluíssem cCMV sintomática ao nascimento ou outras infecções congênitas que pudessem levar a viés de confusão na análise dos dados.

Resultados

Resultados: Apenas 10 artigos de 98 encontrados atenderam integralmente aos critérios da revisão. Considerando-se todos os estudos elegíveis, foram identificados 1428 neonatos com cCMV, dos quais 190 tiveram sequelas tardias (13,30%). Surdez neurossensorial (47,36%) e perda auditiva unilateral (21,05%) foram as sequelas mais observadas. Em relação ao tratamento farmacológico dos casos assintomáticos de cCMV, não há evidência de qualquer tipo de benefício com o uso de Ganciclovir ou Valganciclovir em neonatos. O uso de terapia farmacológica no tratamento de infecções por hCMV é objeto de muito debate e protocolos contraindicam o tratamento de cCMV assintomática dado seu potencial risco de carcinogenicidade. Assim, mesmo com evidências de casos de melhora com o uso de antivirais, a medicina ainda não comprova nenhum dano ou melhora com o uso adequado desses medicamentos.

Conclusões/ Considerações Finais

Conclusões/ Considerações Finais: A triagem molecular parece uma boa alternativa para o diagnóstico precoce cCMV e para o monitoramento de sequelas neurológicas tardias.

Palavras-Chave

Palavras-Chave: Infecção Congênita Citomegalovírus; danos neurológicos; perda de audição.