Dados do Trabalho


Título

Os efeitos deletérios do estresse no cérebro imaturo podem resultar em alterações no neurodesenvolvimento infantil

Fundamentação/ Introdução

O estresse como por exemplo a negligência e ambientes hostis de cuidado, é um importante fator no desenvolvimento infantil, que impacta no indivíduo desde os primeiros dias de vida. O período neonatal em humanos compreende os primeiros 28 dias de vida extrauterina. O sistema nervoso central (SNC) continua seu desenvolvimento após o nascimento, o que torna o período neonatal um momento de extensas modificações denominadas plasticidade cerebral (PC). A PC, possui um papel importante nesse período, e é tanto uma força adaptativa, quanto de vulnerabilidade ao estresse neonatal. Com isso, é relevante entender como o estresse neonatal (NS) pode afetar o desenvolvimento saudável do SNC, a fim de aprimorar a compreensão desse fenômeno.

Objetivos

O presente estudo busca compreender as relações entre a exposição ao estresse neonatal e os seus possíveis efeitos ao neurodesenvolvimento.

Delineamento e Métodos

Em março de 2022 foi realizada uma revisão de artigos na base de dados “Pubmed” a partir dos descritores em inglês: "Stress, Psychological" AND “neonatal”, incluindo estudos em modelos animais e artigos de revisão.

Resultados

A literatura sugere que a tríade de genes, ambiente e o período do desenvolvimento como importantes fatores no neurodesenvolvimento. A interação desses fatores sob condições patológicas no cérebro imaturo pode desencadear uma série de efeitos físicos e mentais ou até intermediar a expressão de fenótipos, desencadeando diversas disfunções a nível fisiológico e comportamental. Diversos estudos utilizaram protocolos de separação materna (MS) e manipulação neonatal (NM), fortes estressores no período neonatal, a fim de compreender os efeitos do estresse neonatal. Foram encontrados indícios tanto em modelos animais como em estudos clínicos de que o ambiente adverso e eventos estressores como a separação da mãe promovem alterações duradoras ao neurodesenvolvimento, promovendo alterações estruturais, funcionais (como na memória e metabolismo), bem como comportamentais que perduram pela vida adulta dos indivíduos afetados, contudo, os estudos animais indicaram que há uma possível modulação dependente do sexo. É possível observar a importância do papel materno no neurodesenvolvimento, visto que o estresse gerado pelas alterações na relação mãe-filho gera uma multiplicidade de efeitos, deletérios, ou não, ao neonato.

Conclusões/ Considerações Finais

São necessários estudos sobre possíveis intervenções a fim de mitigar os efeitos do NS, estimulando fatores protetivos ao infante e promovendo um neurodesenvolvimento saudável.

Palavras-Chave

Neurodesenvolvimento; Estresse; Neonatal

Área

Tema Livre

Instituições

Centro Universitário Cenecista de Osório - UNICNEC - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Keilah Pinto Gularte, Camilla Lazzaretti