Dados do Trabalho


Título

Relação do uso de benzodiazepínicos e alteração de enzimas hepáticas em pacientes com transtornos mentais graves

Fundamentação/ Introdução

Uma das principais razões para a insegurança em benzodiazepínicos em estágio pré-clínico e retirada de medicamentos pós-comercialização é a lesão hepática induzida por estas drogas. Os benzodiazepínicos podem causar hepatotoxicidade mesmo em doses terapêuticas, sendo o fígado o principal órgão onde ocorre o metabolismo dos fármacos, onde os mesmos poderão originar produtos intermediários reativos capazes de lesioná-lo.

Objetivos

Analisar a relação do uso de benzodiazepínicos e a alteração de níveis de enzimas hepáticas (AST e ALT) em pessoas atendidas no CAPS II entre 2007 e 2022, no município de Tubarão, Santa Catarina.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo epidemiológico com delineamento transversal com coleta de dados em banco secundário. A pesquisa foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial ll (CAPS ll) localizado no município de Tubarão do Estado de Santa Catarina. Utilizando-se da pesquisa documental em prontuários médicos, com preservação do anonimato dos participantes, a coleta de dados foi composta de três fases. Na primeira, foram consultados os prontuários de cada usuário acolhido no serviço, contendo as variáveis sociodemográficas e clínicas. Na segunda fase do estudo ocorreu a análise da posologia dos benzodiazepínicos (um ano de uso). Na terceira e última etapa, utilizando-se da pesquisa documental em prontuários médicos foram consultados os exames laboratoriais relacionados as enzimas hepáticas AST e ALT, onde estas foram classificadas em adequada (quando estiverem dentro dos parâmetros de referência dos laboratórios responsáveis) e inadequada (quando estiverem fora dos parâmetros de referência dos laboratórios responsáveis). A análise estatística foi realizada pelo SPSS v. 21, adotando o teste qui-quadrado de Pearson e valor de p <0,05 considerado estatisticamente significativo.

Resultados

Do período de 2007 a abril de 2022, 2451 pacientes foram acolhidos no serviço de saúde mental. Destes, no último ano, 2451 (100%) utilizavam Diazepam 10mg, 2451 (100%) Clonazepam 2mg, e 855 (34,9%) Lorazepam 2mg. Destes três benzodiazepínicos houve alteração de AST e ALT em 2334 pacientes utilizando Diazepam, 2221 utilizando Clonazepam e 855 utilizando Lorazepam (p=0,00). Nos medicamentos Diazepam e Clonazepam nenhuma estatística foi computada porque o uso é uma constante.

Conclusões/ Considerações Finais

Os benzodiazepínicos possuem propensão a alterar as enzimas hepáticas após um ano de uso, e entre eles o Lorazepam, desempenhou um papel de alteração enzimática significativa.

Palavras-Chave

Benzodiazepínicos; Enzimas Hepáticas.

Área

Tema Livre

Autores

Gabriela Moreno Marques, Jhênifer Alexandre Mattiola, Gabriela Esser Braz, Ana Luisa Oenning Martins, Diego Zapelini Nascimento