I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

POSSÍVEL INFLUENCIA GENÉTICA PARA O ACOMETIMENTO DE SUICÍDIO

Fundamentação/Introdução

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 3 mil pessoas por dia em todo o mundo tiram a própria vida, resultando em uma morte a cada 40 segundos, enquanto as tentativas de suicídio podem representar um valor superior em até 20 vezes. Conforme estudos publicados, significativa parcela dos casos de suicídio aparece associada a doenças e transtornos psiquiátricos, como bipolaridade, depressão e esquizofrenia, as quais podem ter como fator predisponente a presença de polimorfismos genéticos.

Objetivos

Abordar as principias alterações genéticas relacionadas aos transtornos mentais que possam levar ao suicídio.

Delineamento e Métodos

O trabalho caracteriza-se por ser uma revisão bibliográfica.

Resultados

O comportamento suicida é influenciado principalmente por três sistemas neurobiológicos: hiperatividade do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, alterações no funcionamento do sistema serotoninérgico e superatividade do sistema noradrenérgico. Ao se considerar o limiar de um indivíduo para agir impulsivamente ou agressivamente, um fator neurobiológico importante a ser considerado é a função serotoninérgica cerebral. Estudos bioquímicos têm mostrado uma relação entre baixa atividade serotoninérgica e a agressividade, bem como a impulsividade e o comportamento suicida. Ou seja, o risco de apresentar um comportamento impulsivo suicida e atos agressivos, teria uma predisposição genética mediada por este sistema neurotransmissor.
Dentre os polimorfismos mais comumente associados, pode-se citar os genes relacionados com a expressão da enzima triptofano hidroxilase (TPH e TPH2), os receptores de serotonina (5-HT1A e 5-HT2A), o transportador de serotonina (5-HTT) e o da monoaminoxidase A (MAOA), os quais desempenham importante papel nas anormalidades serotoninérgicas e noradrenérgicas observadas em casos de transtornos psiquiátricos, majoritariamente a depressão, abuso de substâncias e transtornos de personalidade, envolvendo conduta suicida, comportamento impulsivo e impulsivo-agressivo.

Conclusões/Considerações Finais

Destaca-se a importância do componente genético, o qual tem papel preponderante no desenvolvimento de distúrbios psiquiátricos. Desta forma, o conhecimento e a compreensão dos polimorfismos relacionados a estes distúrbios podem auxiliar na oferta de um tratamento precoce e individualizado e, quando aliado a fatores de risco, a participação de uma equipe multidisciplinar no manejo do distúrbio.

Referências

Nordentoft M, Mortensen PB, Pedersen CB. Absolute risk of suicide after first hospital contact in mental
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Palavras-chave

suicídio; genética; polimorfismos; transtorno psiquiátrico

Área

Tema livre

Autores

Simone Rossetto, Victória Haas Horn, Tiago Santos Carvalho