Dados do Trabalho

Título

LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA COM RECIDIVA PRECOCE EM PACIENTE MASCULINO DE 12 ANOS

Fundamentação/Introdução

Leucemias fazem parte de uma gama heterogênea de patologias malignas por infiltrações da medula óssea (MO), sangue e outros tecidos. Podem ter origem linfoide ou mieloide e a evolução pode ser aguda ou crônica. A leucemia linfoide aguda (LLA) é assim classificada pela capacidade acelerada de proliferação de linfócitos imaturos que infestam a MO do paciente (1, 2, 3, 4).

Objetivos

Relatar um caso de LLA com recidiva precoce em paciente masculino de 12 anos.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente procurou serviços médicos em meados de junho de 2014 com queixas de cansaço, palidez, dores nos membros inferiores, repetidos episódios gripais e eventuais sangramentos nasais. Devido à persistência dos sintomas, retornou à unidade de saúde onde foi solicitado um hemograma, que apresentou hemoglobina de 12,5 g/dL, leucocitose de 258.000/mm3, sendo 91% de blastos e 78.000/mm3 de plaquetas. A partir destes resultados, paciente foi hospitalizado para realização de exames citogenéticos e imunofenotipagem para confirmação do diagnóstico de LLA do tipo B. A criança seguiu com o tratamento específico, porém, sem obter os resultados esperados. Realizou-se a pesquisa de histocompatibilidade entre os irmãos e pais para possível transplante de MO, mas devido a complicações no quadro clínico, era inviável. Paciente veio a óbito no início de 2015 em virtude do quadro clínico delicado em que estava.

Conclusões/Considerações Finais

O câncer infantil dificilmente é a primeira hipótese considerada pelo pediatra, para não alarmar os pais diante de um diagnóstico incerto. A apresentação clínica é inespecífica, por isso é importante observar sintomas de anemia, plaquetopenia, leucocitose, aumento de linfonodos e baço, presente em 20% dos casos, vômito e dores de cabeça (infiltração no líquor), dores ósseas e articulares, além de febre sem motivo aparente, sinais mais comuns na LLA, bem como ao paciente do relato (5,6,7).
O diagnóstico é realizado pela presença de mais de 20% de blastos no sangue ou MO e confirmados por exames citogenéticos e imunofenotípicos. Quando feito precocemente o tratamento é menos agressivo, aumenta as probabilidades de cura e reduz as chances de sequelas tanto da doença quanto do tratamento (8).
É essencial que os pais estejam atentos aos pequenos sinais, assim como os profissionais da saúde, para se habituarem a solicitar exames de rotina simples, mas necessários para afastar hipóteses de algo mais grave.

Referências

1. PEDROSA, F.; LINS, M. Leucemia linfóide aguda: uma doença curável. Revista brasileira de saúde materna e infantil, Recife, p. 63-68, jan/abr. 2002.
2. COUTO, A. C.; FERREIRA, J. D.; KOIFMAN, R. J.; MONTEIRO, G. T. R.; POMBO-DE-OLIVEIRA, M. do S.; KOIFMAN, S. Trends in childhood leucemia mortality over a 25-year period. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, p. 405-410. 2010.
3. SANCHEZ, M. A. O.; ORTEGA, M. L. O.; BARRIENTOS, J. V. R. Leucemia Linfoblástica Aguda. Medicina Interna de México, México, p. 26-33. 2007.
4. QUIXABEIRA, V. B. L.; SADDI, V. A. A importância da imunofenotipagem e da citogenética no diagnóstico das leucemias: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Goiás, p. 199-202. 2008.
5. COSTA, S. de S.; SOUSA, H. R.; COSTA, I. S. O papel do cirurgião-dentista no diagnóstico precoce da leucemia e sua responsabilidade ética e legal – revisão de literatura. Revista Brasileira de Odontologia Legal, São Luís, Maranhão, p. 65-77. 2017.
6. RODRIGUES, K. E.; CAMARGO, B. de. Diagnóstico precoce do câncer infantil: responsabilidade de todos. Revista Associação Médica Brasileira, São Paulo, p. 29-34. 2003.
7. DANTAS, G. K. S.; SILVA, L. T. A.; PASSOS, X. S.; CARNEIRO, C. C. Diagnóstico diferencial da leucemia linfoide aguda em pacientes infanto-juvenis. Revista da Universidade do Vale do Rio Verde, Três Corações, p. 3-18. 2015.
8. MICHALOWSKI, M. B.; LOREA, C. F.; RECH, A.; SANTIAGO, P.; LORENZONI, M.; TANIGUCHI, A.; PEREIRA, W. V.; DAUDT, L. E. Diagnóstico precoce em oncologia pediátrica: uma urgência médica. Boletim Científico de Pediatria, Rio Grande do Sul, p. 13-18. 2012.

Palavras-chave

Leucemia linfoide aguda, criança, diagnóstico precoce