I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

APARELHOS CELULARES COMO VETORES MECANICOS DE PATOLOGIAS DE IMPORTANCIA CLINICA

Fundamentação/Introdução

Estudos têm comprovado que aparelhos celulares abrigam muitos tipos de microrganismos, tanto comensais quanto patogênicos. Considerando o seu amplo uso atualmente, inclusive como ferramenta dentro de hospitais e outras unidades de saúde, há maiores riscos de transmissão de microrganismos e consequentes patologias.

Objetivos

Analisar a importância dos aparelhos celulares como vetores mecânicos de patologias de importância clínica.

Delineamento e Métodos

O presente estudo é de natureza básica, qualitativo, realizado através de revisão de literatura, com coleta transversal. A revisão foi realizada a partir do banco de dados PubMed, os termos de busca utilizados foram as palavras “cell phone” e “contamination”, resultando em 77 artigos. Destes, foram excluídos os que não eram sobre o tema proposto, os publicados antes do ano de 2010, artigos de revisão, de acesso restrito, e de idiomas que não fossem inglês. Dessa forma, foram selecionados 15 artigos para o presente estudo.

Resultados

Os estudos revisados demonstraram que os microrganismos estão presentes nos aparelhos celulares e que, alguns deles, podem causar patologias. Alguns autores encontraram mais de 80% dos celulares com contaminação. Os microrganismos mais isolados foram Staphylococcus coagulase-negativa, Staphylococcus aureus, Bacillus spp., Micrococcus spp., e Enterobacter spp., e algumas cepas demonstraram resistência aos antibióticos testados, sendo encontrados casos de multirresistências.

Conclusões/Considerações Finais

A maioria dos estudos foram realizados em ambientes de saúde, como hospitais e clínicas, que teoricamente, deveriam ser muito bem higienizados. Portanto, a grande presença de bactérias em celulares utilizados por profissionais nestes ambientes mostra-se como um fator preocupante, já que podem acentuar a ocorrência de infecções hospitalares, um constante problema de saúde pública. Além disso, os celulares podem ser vetores de bactérias resistentes, o que vai dificultar o tratamento, e causar mais gastos ao sistema de saúde. Apesar de muitas bactérias encontradas serem comensais para o organismo, elas podem causar infecções oportunistas, quadro comum em pessoas cuja imunidade está baixa ou, ainda, em recém-nascidos, enfatizando a importância que esses microrganismos podem ter em ambientes hospitalares. Com isso, percebe-se a necessidade de implementar normas de higienização de aparelhos celulares, conscientizando os usuários aos riscos que eles podem desencadear.

Referências

BANAWAS, S. et al. Multidrug-Resistant Bacteria Associated with Cell Phones of Healthcare Professionals in Selected Hospitals in Saudi Arabia. Can J Infect Med Microbiol, 2018.
BECKSTROM, A. C. et al. Surveillance study of bacterial contamination of the parent's cell phone in the NICU and the effectiveness of an anti-microbial gel in reducing transmission to the hands. J Perinatol, v. 33, n. 12, p. 960-963, 2013.
CHANG, C. H. et al. Nasal colonization and bacterial contamination of mobile phones carried by medical staff in the operating room. PLoS One, v. 12, n. 5, 2017.
DOROST, A. et al. Microbial contamination data of keypad and touch screen of cell phones among hospital and non-hospital staffs - A case study: Iran. Data Brief, v. 20, p. 80-84, 2018.
HEYBA, M. Microbiological contamination of mobile phones of clinicians in intensive care units and neonatal care units in public hospitals in Kuwait. BMC Infect Dis, v. 15, 2015.
JULIAN, T. et al. Methicillin-resistant staphylococcal contamination of cellular phones of personnel in a veterinary teaching hospital. BMC Res Notes, v. 5, 2012.
KORDECKA, A. et al. Isolation frequency of Candida present on the surfaces of mobile phones and handsx. BMC Infect Dis, v. 16, 2016.
KOSKOVA, J.; HURNIKOVA, Z.; PISTL, J. Degree of Bacterial Contamination of Mobile Phone and Computer Keyboard Surfaces and Efficacy of Disinfection with Chlorhexidine Digluconate and Triclosan to Its Reduction. Int J Environ Res Public Health, v. 15, n. 10, 2018.
KOTRIS, I. et al. Identification of microorganisms on mobile phones of intensive care unit health care workers and medical students in the tertiary hospital. Med Glas (Zenica), v. 14, n. 1, p. 85-90, 2017.
LOYOLA, S. et al. Multidrug-resistant bacteria isolated from cell phones in five intensive care units: Exploratory dispersion analysis. Germs, v. 8, n. 2, p. 85-91, 2018.
MARK, D. et al. Mobile phones in clinical practice: reducing the risk of bacterial contamination. Int J Clin Pract, v. 68, n. 9, p. 1060-1064, 2014.
MURGIER, J. et al. Microbial flora on cell-phones in an orthopedic surgery room before and after decontamination. Orthop Traumatol Surg Res, v. 102, n. 8, p. 1093-1096, 2016.
NWANKWO, E. O.; EKWUNIFE, N.; MOFOLORUNSHO, K. C. Nosocomial pathogens associated with the mobile phones of healthcare workers in a hospital in Anyigba, Kogi state, Nigeria. J Epidemiol Glob Health, v. 4, n. 2, p. 135-140, 2014.
SINGH, S. et al. Mobile phone hygiene: potential risks posed by use in the clinics of an Indian dental school. J Dent Educ, v. 74, n. 8, p. 1153-1558, 2010.
VINOD KUMAR, B. et al. Prevalence of antibacterial resistant bacterial contaminants from mobile phones of hospital inpatients. Libyan J Med, v. 9, 2014.

Palavras-chave

Aparelho celular; contaminação; microrganismos; infecção.

Área

Tema livre

Instituições

Universidade do Vale do Taquari Univates - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Mônica Wlach, Gabriela Kniphoff da Silva Lawisch