Dados do Trabalho
Título
CARACTERIZAÇAO DO PERFIL DE RESISTENCIA EM ISOLADOS DE CANDIDIASE VULVOVAGINAL FRENTE A ANFOTERICINA B
Fundamentação/Introdução
Introdução: A candidíase vulvovaginal (CVV) é uma infecção da vulva e vagina causada pelas várias espécies de Candida. É a segunda causa mais comum de infecções vaginais, depois das vaginoses bacterianas (VB). Estima-se que das mulheres do mundo inteiro 75% acabam apresentando pelo menos um episódio de CVV e 40-50% acabam tendo mais de uma ocorrência.
Objetivos
Objetivo: Verificar o perfil de resistência ao fármaco Anfotericina B de cepas isoladas dos casos positivos para CVV.
Delineamento e Métodos
Métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (COMEP-UNICENTRO), parecer nº 1.286.369, CAAE: 49605315.5.0000.0106. Amostras de secreção vaginal e dados de anamnese clínica foram obtidos de 100 pacientes atendidas em exame de rotina ginecológico na unidade básica de saúde da Vila Carli, em Guarapuava-PR, no período 03-06/2017. Exames laboratoriais para a avaliação do perfil de sensibilidade das cepas foram procedidos a partir do método de microdiluição em caldo, através do critério de EUCAST (2008). Assim, determinou-se a Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos isolados.
Resultados
Resultados: Quanto às características clínicas das 100 pacientes analisadas a idade variou de 15-71 anos (média = 43,5), sendo que 50% possuíam filhos. Foi relatado que 67% não utilizava nenhum método contraceptivo. De todas as pacientes, 12% apresentaram caso positivo para vaginose fúngica (VF) e 28% para VB. Em relação aos casos positivos para VF observados através do Gram, 41,6% relataram episódios de CVV recorrente (3x ou mais/ano) e 33,3% CVV primária (uma vez apenas). Quanto a taxonomia das amostras C. albicans foi prevalente diante das não-albicans, com uma porcentagem de 75% (n= 9) sob 25% (n= 3), respectivamente. Resultados também mostram que o MIC total variou de 0,015 a 0,12 µg/mL, com o MIC50 = 0,03 µg/mL e o MIC90 = 0,12 µg/mL. Para as amostras classificadas como C. albicans o MIC variou de 0,015 a 0,06 µg/mL; sendo que o MIC50 = 0,03 µg/mL e MIC90 = 0,06 µg/mL. Para as amostras não-albicans o MIC variou de 0,06 a 0,12 µg/mL com MIC50 e MIC90 = 0,12 µg/mL. Portanto, 100% das cepas apresentaram sensibilidade à Anfotericina B evidenciando o alto grau de efetividade da droga contra o crescimento fúngico.
Conclusões/Considerações Finais
Conclusão: Nenhuma das cepas avaliadas foi resistente à Anfotericina B, demonstrando que a mesma tem ação sobre as células fúngicas de amostras com CVV.
Referências
BARRETT JP, VARDULAKI KA, CONLON C, COOKE J, DAZA-RAMIREZ P, EVANS EG, HAWKEY PM, HERBRECHT R, MARKS DI, MORALEDA JM, PARK GR, SENN SJ, VISCOLI C; Amphotericin B Systematic Review Study Group. A systematic review of the antifungal effectiveness and tolerability of amphotericin B formulations. Clin Ther ; 25: 1295-1320; 2003.
EUCAST definitive document EDef 7.1: Method for the determination of broth dilution MICs of antifungal agents for fermentative yeasts." Clinical microbiology and infection : the official publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious Diseases. v.14, p. 398-405, 2008.
FORNARI, G ; VICENTE, V.A ; GOMES, R. R ; MURO, M.D ; PINHEIRO, R. L; FERRARI, C; QUEIROZ-TELLES, F. Susceptibility and molecular characterization of Candida species from patientes with vulvovaginitis. Brazilian Journal of Microbiology; v:47, p . 373-380, 2016.
NAGASHIMA M, YAMAGISHI Y, MIKAMO H. Antifungal susceptibilities of candida species isolated from the patients with vaginal candidiasis. J infect chemother ;p.1-3, 2015.
Palavras-chave
Antifúngico, Candida, Perfil de sensibilidade.
Área
Tema livre
Autores
Sabrina Alana Baroni, Estéfany Santos Redondo, Matheus Ribeiro, Samila Horst Peczek, Tatiana Herrerias, Any de Castro Ruiz Marques, Marcos Ereno Auler