I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA TOXICIDADE INDUZIDA POR CLORETO DE MANGANES (MNCL2) EM DAPHNIA MAGNA

Fundamentação/Introdução

Os sistemas aquáticos são comumente contaminados por diversos metais. Dentre os principais, destaca-se o manganês, que além de estar presente nas águas residuais e superficiais, não é removido pelo processo de potabilidade. Em elevadas concentrações ou exposições prolongadas desencadeia uma série de problemas, incluindo neurotoxicidade. Modelos ecotoxicológicos alternativos, como microcrustáceos, são comumente utilizados para avaliação do risco destes contaminantes devido a elevada sensibilidade.

Objetivos

Avaliar a toxicidade aguda e crônica de MnCl2 em Daphnia magna, por meio de parâmetros reprodutivos e morfológicos.

Delineamento e Métodos

O estudo possui caráter experimental. No ensaio agudo, neonatos de 2 a 26 horas foram expostos (n=20 por grupo) à diferentes concentrações de MnCl2 (0,5 mg L-1 a 20 mg L-1). Após 48 horas, calculou-se a concentração efetiva para 10% dos organismos (CE10), ou seja, concentração responsável pela morte de 10%, por meio da verificação do número de neonatos imóveis. A partir da CE10 delineou-se o ensaio crônico. Fêmeas (2 a 26 horas) foram expostas (n= 10 por grupo) à concentrações de MnCl2 (0,25 mgL-1 a 4,0 mg L-1) por 21 dias. Registrou-se a primeira eclosão e o número diário de neonatos gerados por organismo. Imagens foram capturadas para visualização geral da morfologia.

Resultados

A CE10 obtida foi de 4 mg L-1, concentração que, assim como 2,0 mg L-1, reduziu 50% da fecundidade, ou seja, número de neonatos gerados por fêmea. Embora a análise morfológica não tenha sido finalizada, destaca-se que alguns organismos oriundos das mais elevadas concentrações apresentaram deformações na carapaça e encurtamento caudal. A primeira postura de todos os grupos levou 10 dias, sugerindo amadurecimento sexual normal. Apesar da problemática envolvendo o manganês estar mais relacionada a neurotoxicidade, o estudo demonstra que mesmo em baixas concentrações, pode haver alterações de caráter reprodutivo. Os danos observados foram ocasionados por concentrações que ocorrem frequentemente nos ambientes aquáticos, podendo prejudicar diferentes níveis tróficos, visto que a D. magna serve de alimento para peixes e outros consumidores.

Conclusões/Considerações Finais

O estudo ressalta a necessidade de melhorias nos sistemas de tratamento de água e efluentes, visto que o manganês assim como outros contaminantes afeta diretamente o ecossistema aquático, e representa um risco para a saúde humana, que ingere água potável contaminada por metais.

Referências

Rodrigues,GZP; Souza, MS; Gehlen,G. Evaluation of intestinal damage in zebrafish exposed to environmentally relevant concentrations of manganese. Ciência e Natura, v. 40, e.52, 2018.

BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT. 12713. Ecotoxicologia Aquática. - Toxicidade Aguda - Método de ensaio com Daphnia spp (Crustacea, Cladocera). 2016.

Cui, R; Kwak, JI; An, Y. Comparative study of the sensitivity of Daphnia galeata and Daphnia magna to heavy metals. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 162, p. 63-70, 2018.

Pérez, E; Hoang, TC. Responses of Daphnia magna to chronic exposure of cadmium and nickel mixtures. Chemosphere, v. 208, p. 991- 1001, 2018.

Palavras-chave

Microcrustáceos. Metais. Ecotoxicologia.

Área

Tema livre

Autores

Mariana Finkler, Gabriela Zimmermann Prado Rodrigues, Ana Leticia Hilario Garcia, Gunther Gehlen