I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

RASTREAMENTO DE STREPTOCOCCUS AGALACTIAE EM GESTANTES E SUA RELAÇAO COM DOENÇAS DO RECEM NASCIDO

Fundamentação/Introdução

O Streptococcus agalactiae é um importante agente causador de doença invasiva nos primeiros meses de vida. Considerando sua importância clínica aos recém-nascidos, este estudo busca descrever os sinais e sintomas a partir da infecção pelo Streptococcus agalactiae do grupo B (EGB) nesse grupo de pacientes, relatar a incidência dessa bactéria em gestantes no Brasil e identificar orientações/protocolos para gestantes colonizadas e recém-nascidos infectados.

Objetivos

Relatar a importância do rastreio do S. agalactiae em gestantes e descrever as consequências para o recém-nascido infectado.

Delineamento e Métodos

Esta é uma pesquisa quantitativa de revisão de literatura com abordagem narrativa, por meio da busca por artigos em bases de dados eletrônicas e livros em inglês e português, entre os anos de 2010 a 2018. As bases de dados pesquisadas foram: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), LILACS, Scielo e PubMed. Os critérios de inclusão foram artigos de revisão, resumos completos, estudos de caso e revisões sistemáticas, que abordassem a temática.

Resultados

A colonização pelo S. agalactiae é um importante problema na saúde pública, frequente em gestantes e, na maioria dos casos, assintomática, no entanto nos recém-nascidos tem impacto significativo. Durante a gravidez as condições da vagina são favoráveis para a multiplicação de EGB, portanto, se não receber o tratamento profilático adequado o neonato pode contaminar-se durante o parto vaginal adquirindo graves quadros de septicemia e meningite. A transmissão do EBG pode ocorrer de forma vertical com aspiração do líquido amniótico contaminado (in útero), ou durante o parto vaginal. Existem dois tipos de infecção para o neonato, a precoce que pode ocorrer nos primeiros 07 dias de vida podendo desenvolver problemas respiratórios, sepse sem foco, apneia, pneumonia e meningite e a forma tardia que ocorre do 7° dia de vida até 12° semana e suas consequências são meningite, bacteremia sem foco aparente, artrite séptica e raramente a onfalite e osteomielite. Como método de rastreio é feito o esfregaço vaginal e retal, realizado entre a 35° a 37° semana de gestação, cultura, CAMP teste e PCR.

Conclusões/Considerações Finais

Por possuir vários fatores de virulência, os recém-nascidos infectados por EGB podem desenvolver doenças graves, sendo de extrema relevância o rastreio durante o período gestacional e também a informação das consequências dessa bactéria para a mãe e recém-nascido.

Referências

BATTISTIN FR, MOTT MP, DIAS CAG, PEREZ VP. Suscetibilidade antimicrobiana de Streptococcus agalactiae isolados de gestantes em um hospital materno infantil de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Antimicrobial susceptibility of Streptococcus agalactiae isolated from pregnant women at a maternity hospital in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil). Sci Med. 2018;28(3):ID30246. http://doi.org/10.15448/1980-6108.2018.3.30246
CARVALHO, F.A.; HORNER, R.; RAMPELOTTO, R.; SILVA, D. Prevalência de strepetococcus agalactiae em uroculturas de gestantes atendidas em hospital universitário. v. 7, n.2 2015.
CORDEIRO, Alexander Magno et al. Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Rev. Col. Bras. Cir, v. 34, n. 6, p. 428-431, 2007.
ALVES, I. et al. Sépsis Neonatal Tardia por Streptococcus Agalactiae Sépsis Neonatal Tardia por Streptococcus Agalactiae. 2017.
CAGNO, C. K.; PETTIT, J. M.; WEISS, B. D. Prevention of perinatal group B streptococcal disease: Updated CDC guideline. American Family Physician, 2012.
COSTA HPF.; COSTA HPF; Prevenção da Doença Perinatal Pelo Estreptococo do Grupo B. Sbp, p. 1–18, 2011.
DAYSE F. BARBOSA, T.; DE FREITAS LIMA, L. Doença Neonatal Associada Ao Estreptococo Do Grupo B. Saúde.com, v. 13, n. 4, p. 1027–1033, 2017.
DE CÁSSIA SILVEIRA, R.; PROCIANOY, R. S. Uma revisão atual sobre sepse neonatal A recent review on neonatal sepsis. Boletim Científico de Pediatria, v. n o 1, n. 1, p. 29–35, 2012.
FILIPA, I.; SILVESTRE, P. Streptococcus agalactiae associados a colonização na grávida Evolução de genótipos de Streptococcus agalactiae associados a colonização na grávida. 2013.
ISABEL, C. et al. Caracterização de estirpes de Streptococcus agalactiae provenientes de colonização dos tratos genitourinário e gastrointestinal da mulher grávida Caracterização de estirpes de Streptococcus agalactiae provenientes de colonização dos tratos genitourinário . 2012.
MONEY, D. et al. The Prevention of Early-Onset Neonatal Group B Streptococcal Disease. Journal of Obstetrics and Gynaecology Canada, 2013a.
MONEY, D. et al. The Prevention of Early-Onset Neonatal Group B Streptococcal Disease. Journal of Obstetrics and Gynaecology Canada, v. 35, n. 10, p. 939–948, 2013b.
OHLSSON, A.; SHAH, V. S. Intrapartum antibiotics for known maternal Group B streptococcal colonizationCochrane Database of Systematic Reviews, 2014.
PRATA, F. et al. Recomendações da Sociedade de Infecciologia Pediátrica e da Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos da SPP. p. 1–18, [s.d.].
RUSSELL, N. J. et al. Risk of Early-Onset Neonatal Group B Streptococcal Disease with Maternal Colonization Worldwide: Systematic Review and Meta-analyses. Clinical Infectious Diseases, 2017.
ZARDETO, G.; GUILLEN, F.; CAMACHO, D. Pesquisa de Streptococcus agalactiae em gestantes como rotina laboratorial de exames pré-natais. Revista Uningá, v. 42, p. 77–84, 2014.
DUTRA VG, ALVES VM, OLENDZKI AN, DIAS CA, BASTOS AF, SANTOS GO, et al. Streptococcus agalactiae no Brasil: distribuição de sorotipos, determinantes de virulência e susceptibilidade antimicrobiana. BMC Infect Dis. 2014, 14: 323.
DULMINI, N.; VERANJA, L.; CHAMINDA, K.;CHAMPIKA G.; EKANAYAKE A.; ADASOORIYA, D. Maternal vaginal colonization with selected potential pathogens of neonatal sepsis in the era of antimicrobial resistance, a single center experience from Sri Lanka. https://doi.org/10.1186/s12879-018-3262-y.BMC Infectious Diseases201818:351.
FERENHOF, Helio. Desmistificando a revisão de literatura como base para redação científica: método ssf, Santa Catarina, Florianópolis, SC: v. 21, n. 3, p. 550-563, ago./nov., 2016.
FIOLO K. ZANARDI E.C. SALVADEGO M. BERTUZZO S. AMARAL E. ROSELI CALIL R. LEVY C. E.Taxa de infecção e sorotipos de Streptococcus agalactiae em amostras de recém-nascidos infectados na cidade de Campinas (SP), Brasil Infection rate and Streptococcus agalactiae serotypes in samples of infected neonates in the city of Campinas (São Paulo). Rev Bras Ginecol Obstet, Campinas (SP), 2012; 34(12):544-9
FASSINA, Jaqueline Romani; PIMENTA, Marcus Vinicius. ASPECTOS LABORATORIAIS DA IDENTIFICAÇÃO DE Streptococcus agalactiae EM GESTANTES: UMA MINI-REVISÃO. LABORATORIAL ASPECTS FOR THE
IDENTIFICATION OF Streptococcus agalactiae IN PREGNANT WOMEN: A MINI-REVIEW, Chapecó / SC, 2013.
GOMES, Marta Marina Melo. Estudo da Colonização por Streptococcus agalactiae em Grávidas do Hospital Geral de Santo Antônio. Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. 2010.
LINHARES, J.; Prevalência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes atendidas em maternidade do Ceará, no Brasil, correlacionando com os resultados perinatais. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011; 33(12):395-400
NKEMBE M.; HORTENSE G.;WILLIAMS A.; B.;ANICETTE B.; NJOTANG P.; N. Streptococcus agalactiae prevalence and antimicrobial susceptibility pattern in vaginal and anorectal swabs of pregnant women at a tertiary hospital in Cameroon. BMC Research Notes2018 11:480 https://doi.org/10.1186/s13104-018-3589-x © The Author(s) 2018.

Palavras-chave

Streptococcus agalactiae, gestante, recém-nascido, meningite.

Área

Tema livre

Instituições

Faculdades Pequeno Princípe - Paraná - Brasil

Autores

PATRICIA APARECIDA ZILIOTTO, LUIZA SOUZA RODRIGUES, FRANCIELE BONA VERZELETTI, FERNANDA ANDRADE GALLIANO DAROS