Dados do Trabalho
Título
RESISTENCIA DA BACTERIA MARINHA DE PROFUNDIDADE MARINOBACTER EXCELLENS LAMA 842 A METAIS TOXICOS
Fundamentação/Introdução
Os metais são elementos que, quando em concentrações elevadas, podem afetar a saúde humana e do meio ambiente. A fim de evitar os problemas que surgem da contaminação por metais tóxicos podem ser empregadas técnicas de biorremediação baseadas em bactérias tolerantes a estes elementos. Várias bactérias de origem marinha apresentam o potencial de uso na biorremediação por apresentarem estes mecanismos de tolerância, incluindo os gêneros Halomonas, Pseudoalteromonas e Marinobacter (CHEN; SHAO, 2009).
Objetivos
Este projeto teve como objetivo avaliar a resistência da bactéria de profundidade Marinobacter excellens LAMA 842 a diferentes metais tóxicos.
Delineamento e Métodos
Para a avaliação da resistência a metais tóxicos, o micro-organismo foi cultivado em placas de Ágar Marinho suplementado com os diferentes metais, nas concentrações de 0,05, 0,1, 0,5, 1, 5 e 10 mM, para determinação das concentrações máximas toleradas. Os cultivos foram examinados em microscopia de contraste de fases, para observação da morfologia celular, presença de inclusões e precipitados na superfície celular. Posteriormente o crescimento do micro-organismo foi mensurado por densidade óptica a 600nm, em meios líquidos contendo as concentrações máximas toleradas dos metais, em comparação com um controle sem metal. Por fim, para a identificação de todos os atributos de M. excellens LAMA 842 envolvidos na tolerância aos metais estudados, a anotação do genoma realizada por Zayas et al. foi analisada.
Resultados
O micro-organismo apresentou tolerância múltipla a seis dos oito metais testados sendo eles, Pb, Cr, Zn, Cu, Hg, Co, As, Cd. Linhagens de Marinobacter resistentes a alguns dos metais testados já tinham sido relatadas antes, oriundas também de sedimento de profundidade (CHEN; SHAO, 2009; WANG et al., 2012). A exceção é o chumbo, para o qual não foram encontrados relatos de resistência em Marinobacter. Na análise com microscopia de contraste de fases, ao observar o chumbo, notou-se a presença de vários grânulos inclusos. No genoma de M. excellens foram encontrados no total 76 Open Reading Frames (ORFs) relacionadas com a resistência aos metais tóxicos estudados, dentre eles, 50 ORFs são associadas com o efluxo.
Conclusões/Considerações Finais
Conclui-se que Marinobacter excellens é resistente aos metais pesados testados. Podendo ser usada para biorremediação dos mesmos, possivelmente sendo mais eficaz na biorremediação do Arsênio e Cobre no qual M. excellens apresentou mecanismos para tal.
Referências
CHEN, S.; SHAO, Z. Isolation and diversity analysis of arsenite-resistant bacteria in communities enriched from deep-sea sediments of the Southwest Indian Ocean Ridge. Extremophiles, v. 13, p. 39–48, 2009.
WANG, H.; LI, H.; SHAO, Z.; LIAO, Z.; JOHNSTON, L.; RENSING, C.; WANGA, G. Genome sequence of deep-sea manganese-oxidizing bacterium Marinobacter manganoxydans MnI7-9. Journal of Bacteriology p. 899–900, 2012. doi:10.1128/JB.06551-11. CHEN, S.; SHAO, Z. Isolation and diversity analysis of arsenite-resistant bacteria in communities enriched from deep-sea sediments of the Southwest Indian Ocean Ridge. Extremophiles, v. 13, p. 39–48, 2009.
ZAYAS, N. F.; SILVA, M. A. C.; PESSATTI, M. L.; CABRAL, A.; LIMA, A. O. S. Draft genome of deep-sea marine bacteria Marinobacter excellens LAMA842 and its potential for biotechnological applications. Anais do 60º Congresso Brasileiro de Genética, 26 a 29 de agosto de 2014, Guarujá, 2014.
Palavras-chave
Metais tóxicos. Marinobacter excellens. Biorremediação.
Área
Tema livre
Instituições
Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil
Autores
Letícia Coelho Montagna, Marcus Adonai Castro da Silva, André Oliveira de Souza Lima, Robert Cardoso de Freitas