I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

ESTUDO EPIDEMIOLOGICO DOS CASOS DE GRAVIDEZ E MORTALIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIRAS: O IMPACTO NA VIDA DA MULHER BRASILEIRA.

Fundamentação/Introdução

A taxa de gravidez e mortalidade por afecções maternas entre adolescentes é maior entre os países em desenvolvimento, sendo a América Latina a região com a segunda maior taxa de gravidez na adolescência no mundo. Destacamos que o índice brasileiro de fertilidade em adolescentes está acima da média latino-americana.

Objetivos

Discutir sobre a problemática da gravidez na adolescência e analisar dados epidemiológicos de casos e mortalidade entre jovens mulheres.

Delineamento e Métodos

Os dados foram coletados nos bancos de dados do DATASUS, IBGE e em relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) de 2000 a 2015.

Resultados

Apesar da redução de aproximadamente 13% na fertilidade de adolescentes de 15 a 19 anos nos anos de 2000 a 2015, o Brasil ainda é o quarto país no ranking de maior taxa de fertilidade da América do Sul. Dentre as regiões brasileiras, o Nordeste e o Sudeste são, respectivamente, a primeira e segunda região no ranking de mortalidade por afecções maternas e puerpério entre jovens de 10 a 19 anos, além disso, cerca de 75% dessas jovens sequer completaram o ensino fundamental. Por mais que os casos de mortalidade e fertilidade entre mulheres adolescentes tenham reduzido, os dados ainda são preocupantes, demonstrando ser um caso de saúde pública, já que o Brasil não atingiu uma das Metas de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, de redução da mortalidade materna em 75% até 2015. Estudos anteriores indicam que péssimas condições socioeconômicas são fortes determinantes sociais de saúde. Os baixos recursos e frágeis políticas públicas voltadas para a Saúde e Educação da Mulher são agravantes nos casos de mortalidade. Grande parte das jovens abandonam os estudos por conta da gravidez, para cuidar dos filhos e muitas vezes não possuem apoio familiar, escolar ou social neste processo.

Conclusões/Considerações Finais

Portanto, a abordagem sobre sexo, gênero e sexualidade no âmbito escolar para os jovens seria uma das principais medidas urgentes para possivelmente reduzir os futuros casos de gravidez e mortalidade em prol da promoção de saúde e bem-estar à mulher e da igualdade de gênero.

Referências

1. MARTINS, AL. Mortalidade materna de mulheres negras no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, p. 2473-2479, 2006.
2. Yazlle ME. Gravidez na adolescência. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006 Aug;28(8):443-5.
3. WHE; PAHO. Accelerating progress toward the reduction of adolescent pregnancy in Latin America and the Caribbean. Report of a technical consultation. Washington, D.C., USA, August 29-30, 2016.
4. Sierra Martins AC, Souza Silva L. Perfil epidemiológico de mortalidade materna. Revista Brasileira de Enfermagem. 2018 Jan 2;71.
5. Morse ML, Fonseca SC, Barbosa MD, Calil MB, Eyer FP. Mortalidade materna no Brasil: o que mostra a produção científica nos últimos 30 anos?. Cadernos de Saúde Pública. 2011;27:623-38.
6. MARTINS, PS. Possíveis causas da evasão escolar e o arcabouço legal para combatê-la. 2018.

Palavras-chave

Gravidez, Jovens, Mortalidade, Fertilidade.

Área

Tema livre

Autores

Ana Flávia Oliveira Pampolha, Ligia Amaral Filgueiras