I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

DISTRIBUIÇÃO DOS SCCMEC TIPOS I, II, III, IV E V EM STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE A METICILINA PROVENIENTES DE UM LABORATORIO PRIVADO DE PORTO ALEGRE.

Fundamentação/Introdução

Staphylococcus aureus resistente à meticilina é uma das causas mais frequentes de infecções relacionadas à assistência à saúde e comunitárias, as quais podem apresentar altos índices de morbidade e mortalidade. A resistência aos beta-lactâmicos em MRSA é conferida pela aquisição do cassete cromossômico estafilocócico mec (SCCmec) que carreia o gene mecA, o qual codifica uma proteína ligante de penicilina alterada (PBP 2a), que apresenta baixa afinidade aos beta-lactâmicos, exceto a cefalosporina de quinta geração como a ceftarolina.

Objetivos

O objetivo deste estudo foi determinar a distribuição dos tipos de SCCmec mais comuns e extensivamente estudados (I, II, III, IV e V) em 66 MRSA provenientes de um laboratório privado de Porto Alegre, durante janeiro de 2016 a janeiro de 2019.

Delineamento e Métodos

Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da nossa instituição sob o registro nº 2.770.338. Para todos os isolados foi determinado o tipo de elemento SCCmec (I-X) por multiplex-PCR conforme Lawung et al., 2014.

Resultados

O SCCmec tipo IV foi o mais prevalente (51/66; 77,27%), seguido dos tipos I e III (5/66; 7,57%), tipo II (3/66; 4,54%) e o tipo V (2/66; 3,03%). Os tipos VI, IX e X não foram encontrados em nenhum isolado.

Conclusões/Considerações Finais

Estes resultados corroboram com outros estudos, que relataram a prevalência do SCCmec IV entre os isolados de MRSA. No estudo de Udo e Boswihi (2017) a prevalência de SCCmec tipo IV foi de 53,9%, seguida do tipo III, tipo V, tipo II e tipo I. Do mesmo modo Bouras e colaboradores (2018) encontraram maior prevalência do SCCmec IV (88%) em crianças com infecções osteoarticulares, assim como Chen e colaborados (2018), que relataram maior prevalência do tipo IV, em 80% dos isolados de MRSA provenientes de colonização nasal de crianças. Enfim, o fato de que o SCCmec do tipo IV foi o mais prevalente no nosso estudo pode ser justificada pela capacidade que o cassete tipo IV tem de se adaptar mais facilmente do que os MRSA com outros tipos de cassetes, bem como se replicar mais rapidamente, devido a ausência de fatores que preconizam a resistência.

Referências

Palavras-chave

Staphylococcus aureus; mecA; SCCmec.

Área

Tema livre

Instituições

Grupo Fleury - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Adriana Medianeira Rossato, Roberto Carlos Freitas Bugs, Lisiane da Luz Rocha, Pedro Alves d'Azevedo