Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE INFECÇOES POR HEPATITES VIRAIS NO ESTADO DE GOIAS ENTRE 2007 E 2017: TRASMISSAO OCUPACIONAL
Fundamentação/Introdução
As hepatites virais (A, B e C) são doenças de notificação compulsória, caráter agudo, fulminante ou crônico, podendo ser sintomáticas ou assintomáticas. A hepatite A tem incidência pouco conhecida. Diferentemente, a hepatite B que se destaca e estima-se que haja 2 bilhões de pessoas infectadas no mundo, sendo a décima causa de óbitos. Tratando-se da hepatite C, é estimado um número de 160 milhões de infectados no mundo todo. Por ser uma doença transmissível, é passível de contaminação em acidentes de trabalho nos ambientes de saúde e as principais causas da transmissão ocupacional decorre da violação dos princípios de biossegurança e não vacinação.
Objetivos
Verificar a incidência de hepatites virais no estado de Goiás entre 2007 e 2017 por transmissão ocupacional.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um trabalho observacional que utilizou o Sistema de Informação de Agravos de Notificação como base de dados. Os critérios de inclusão foram: casos de contaminação por hepatites virais, registrados estado de Goiás entre os anos de 2007 e 2017 e transmissões via acidentes de trabalho. Foram excluídos desta pesquisa os casos não residentes no Brasil.
Resultados
Durante o período de 2007 a 2017 no estado de Goiás registrou-se 34 casos de pacientes com hepatites virais contaminados por acidente de trabalho. Dentre estes, 44,12% (n=15) dos pacientes infectados pelo vírus B, 23,53% (n=8) pelo vírus C, 2,94% (n=1) apresentaram co-infecção pelos tipos A e C e 29,41% dos registros tiveram essa informação ignorada ou em branco. Os anos de maior incidência foram 2014 e 2016 com 7 casos, seguidos de 2015 e 2013 com 4, 2011 e 2010 com 3, 2017 com 2 casos e, finalmente, 2012, 2009, 2008 e 2007 com 1 caso cada.
Conclusões/Considerações Finais
Em concordância com o perfil epidemiológico brasileiro, o principal agente etiológico das hepatites virais foi o vírus do tipo B. Quanto às incidências ao longo da década, há fraca correlação entre os anos e os casos confirmados (R²=0,3945). Entretanto, a média de registros de 2013 a 2017 (M=4,8000) é quase três vezes maior que os anos anteriores (M=1,6667), fato que denota grave acréscimo de notificações, sendo necessário pesquisar se houve subnotificação ou se o aumento de casos foi real. Portanto é de suma importância a conscientização dos profissionais de saúde quanto a vacinação e normas de biossegurança em seus respectivos campos de trabalho.
Referências
CIORLIA, Luiz Alberto de Souza; ZANETTA, Dirce Maria Trevisan. Hepatite C em profissionais da saúde: risco de exposição e infecção. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 28, n. 107-108, p.91-100, 2003.
ORDEIRO, Técia Maria Santos Carneiro e; D’OLIVEIRA JÚNIOR, Argemiro. Qualidade dos dados das notificações de hepatites virais por acidentes de trabalho, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, Salvador, v. 21, p.1-11, 2 ago. 2018.
NUNES, Heloisa Marceliano et al. As hepatites virais: aspectos epidemiológicos, clínicos e de prevenção em municípios da Microrregião de Parauapebas, sudeste do estado do Pará, Brasil. Revista Pan-amazônica de Saúde, Belém, v. 8, n. 2, p.29-35, jun. 2017.
Palavras-chave
Serviços de saúde, virologia, medicina do trabalho.
Área
Tema livre
Instituições
Universidade Federal de Goiás Regional Jataí - Goiás - Brasil
Autores
Alexia Jesus Araujo, Webster Leonardo Guimarães Costa, Hanstter Hallison Alves Rezende, Allana Souza Pereira