Dados do Trabalho

Título

PESQUISA DO VIRUS T-LINFOTROPICO HUMANO (HTLV) EM AMOSTRAS DE SECREÇAO CERVICO-VAGINAL: UMA NOVA PROPOSTA DE RASTREAMENTO DE MULHERES INFECTADAS

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: Estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas estejam infectadas pelo Vírus T-Linfotrópico Humano no mundo. No Brasil, é estimado que existam cerca de 2,5 milhões de infectados, sendo o Pará um dos três estados com maior prevalência em doadores de sangue. Entretanto, somente cerca de 5 a 10% dos infectados irão desenvolver agravos relacionados à infecção, como a Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto (ATL) e a Paraparesia Espástica Tropical/Mielopatia Associada ao HTLV (PET/MAH). A transmissão pode ocorrer pelas vias vertical, parenteral e sexual. A detecção do vírus em secreção cérvico-vaginal busca ser uma forma de identificar precocemente mulheres infectadas, além de auxiliar no esclarecimento da via de transmissão da mulher para o homem.

Objetivos

OBJETIVOS: Detectar o HTLV em amostras de secreção cérvico-vaginal, visando o rastreamento precoce de mulheres infectadas.

Delineamento e Métodos

MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, analítico. Foi realizada a pesquisa molecular do provírus e identificação do tipo viral em amostras de secreção cérvico-vaginal de mulheres que realizaram o exame de Preventivo do Câncer do Colo do Útero (PCCU), no município de Belém (PA) no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2017.

Resultados

RESULTADOS: Foram investigadas 184 mulheres, com idade entre 15 e 80 anos, com média de 43 anos. O genoma viral foi detectado na amostra de uma (0,54%) das mulheres atendidas, onde o tipo viral foi identificado como HTLV-2. Quanto ao perfil epidemiológico, foi relatado: idade de 47 anos, único parceiro sexual durante a vida, início da vida sexual aos 18 anos, não utilização do preservativo em todas as relações sexuais e ensino fundamental completo.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO: Comparando-se a prevalência encontrada com estudos prévios em amostras de sangue periférico, a prevalência do HTLV-1 foi inferior à esperada, enquanto que a prevalência para HTLV-2 se mostrou semelhante à descrita na literatura. Entretanto, a prevalência encontrada em amostra de secreção cérvico-vaginal foi semelhante a dados de estudos prévios na literatura. Não foi possível a detecção do genoma viral em sangue periférico, sendo assim, não foi realizada a confirmação da infecção. Estudos sugerem comportamentos possivelmente diferentes quanto à excreção em fluidos corporais entre os diferentes tipos virais. Para isto, melhores investigações são necessárias para o melhor esclarecimento.

Palavras-chave

Palavras-chave: Infecções sexualmente transmissíveis (IST), pesquisa molecular, rastreamento precoce.