Dados do Trabalho
Título
IMPLANTE DE NANOPARTICULAS CONTENDO GALANTAMINA LEVA A MELHORA FUNCIONAL E DIMINUIÇAO DE DANO TECIDUAL, APOS LESAO DA MEDULA ESPINAL EM RATOS
Fundamentação/Introdução
A lesão da medula espinal (LME) é altamente debilitante e não possui boa perspectiva de recuperação. Dessa forma, a procura por tratamentos inovadores faz-se necessária e o uso de uma estratégia que una diminuição do processo inflamatório e neuroproteção da região afetada precisa ser estudada. Um fármaco com características anti-inflamatórias e neuroprotetoras amplamente descritas na literatura é a galantamina, utilizada para o tratamento da Doença de Alzheimer.
Objetivos
O presente estudo experimental busca elucidar os efeitos do tratamento utilizando nanopartículas de ácido poli(lático co-glicolico) (PLGA) contendo galantamina, em um modelo de lesão da medula por contusão, em ratos.
Delineamento e Métodos
As micropartículas de PLGA contendo galantamina foram produzidas utilizando a técnica de eletropulverização. Os animais foram submetidos a uma lesão por contusão na medula espinal, utilizando o aparelho MASICS impactor. Após a lesão, os animais foram divididos em 5 grupos: (1) apenas laminectomia, controle negativo (N=5); (2) apenas LME, controle positivo (N=5); (3) LME e injeção de galantamina (N=2); (4) LME com implante de PLGA (N=3); (5) LME e implante de PLGA com galantamina (N=3). Os grupos 4 e 5 receberam uma injeção de nanopartículas de PLGA 1 hora após a lesão. O grupo 3 recebeu injeções intraperitoneais de galantamina diárias, nos 5 primeiros dias após a lesão. A recuperação motora foi avaliada utilizando a escala BBB. No dia 42 após a cirurgia, a medula espinal dos animais foi removida para a realização de cortes histológicos e citometria de fluxo. O tamanho da cavidade cística foi analisado pelo software Zeiss Pro 2012.
Resultados
Os animais que receberam galantamina apresentaram uma pontuação mais alta no dia 42 (escore 11) na escala BBB em comparação ao controle (escore 7,8), indicando que o tratamento levou a uma melhora da recuperação motora. O grupo 4 apresentou resultados similares (escore 9,5) ao controle. Todos os grupos tratados apresentaram uma tendência de melhora na citometria de fluxo para os marcadores analisados. Os grupos que receberam galantamina apresentaram uma diminuição do tamanho cavidade cística (grupo 3: 1,04 mm3 e grupo 5: 2,16 mm3) quando comparados ao controle (1,96 mm3) e ao grupo que recebeu apenas o veículo PLGA (2,89 mm3).
Conclusões/Considerações Finais
Estes resultados indicam que a galantamina é capaz de promover uma melhor recuperação funcional e a diminuição do dano tecidual após LME.
Área
Tema livre
Autores
Marcelo Garrido dos Santos, Laura Elena Sperling, Karina Pires Reis, Victoria Tomaz, Gabriele Gulielmin Didó, Brendha Lang Camboim, Patricia Pranke