Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO NUTRICIONAL EM POPULAÇOES RIBEIRINHAS DA AMAZONIA
Fundamentação/Introdução
Introdução: Muitas populações ribeirinhas da Amazônia convivem com o problema da exposição ao mercúrio, em especial as que se localizam na região de Tapajós e Tucuruí no Estado do Pará. A contaminação do meio aquático pelo metal atinge esses povos, visto que eles sobrevivem do consumo em grande escala de peixes retirados dos rios. A forma mais prejudicial à saúde, o metilmercúrio, possui a capacidade de bioamplificar na cadeia alimentar. Entretanto, o monitoramento nutricional humano é escasso, havendo muitas regiões, como Tucuruí, onde nunca foi feito.
Objetivos
Objetivo: o objetivo deste trabalho foi realizar uma avaliação nutricional dessas populações, a fim de identificar os principais componentes da dieta que podem promover a exposição desses indivíduos.
Delineamento e Métodos
Métodos: Um total de 524 moradores (357 de Tapajós e 167 de Tucuruí) foi avaliado por meio da aplicação de questionários para a identificação das principais espécies de peixe consumidas. Na identificação qualitativa, as espécies foram classificadas quanto à sua posição na cadeia alimentar (piscívoros e não-piscívoros). Ainda, quantificou-se o número de indivíduos que ingerem determinado tipo de pescado e a quantidade consumida e a frequência.
Resultados
Resultados: Os resultados mostraram que há diferença entre as regiões (p< 0.0001), no consumo de peixes classificados como piscívoros. Aproximadamente 55% dos participantes de Tucuruí ingerem pescados que apresentam maiores níveis de mercúrio, enquanto que no Tapajós foi 37,61%. Também, a quantidade consumida e a frequência são significativamente maiores (p= 0,0001 e p= 0,0006, respectivamente) em Tucuruí em relação à Tapajós.
Conclusões/Considerações Finais
Conclusão: Apesar do perfil socioeconômico semelhante entre as comunidades ribeirinhas no Pará, foram encontradas diferenças significativas quanto ao consumo de peixe. Tais dados demonstram que a população ribeirinha de Tucuruí poderia estar mais exposta à contaminação mercurial, do que os ribeirinhos de Tapajós, pois apresentam uma dieta rica em proteína animal com maior potencial de contaminação. O menor consumo registrado no Tapajós, poderia ser devido às campanhas nutricionais informativas que foram realizadas nos últimos anos na região. Desse modo, é essencial levar para as comunidades, propostas que possam diminuir os efeitos da exposição, como a necessidade de priorizar o consumo de espécies que possuem baixa bioacumulação mercurial no organismo.
Palavras-chave
Palavras-chave: Mercúrio, alimentação, consumo de peixe, população ribeirinha.
Área
Tema livre
Instituições
Instituto de Ciências Biológicas - Pará - Brasil, Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil
Autores
Raquel Albuquerque Santos, Amanda Lopes Araújo, Letícia Santos Sacramento, Gabriela Paula Fonseca Arrifano, Maria Elena Crespo-Lopez