I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO GRAU DE INCAPACIDADE FÍSICA 1 E 2 EM PORTADORES DE HANSENÍASE NO ESTADO DO PARÁ

Fundamentação/Introdução

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e degenerativa, causada pelo Mycobacterium leprae. A manifestação inicial da doença caracteriza-se geralmente pela forma indeterminada (MHI), podendo evoluir para a cura espontânea ou para as demais manifestações clínicas, onde se tem um polo de resistência, denominado tuberculoide (MHT), um polo de suscetibilidade, chamado virchowiano (MHV), e um estado transitório ente as duas formas chamado dimorfa (MHD). O elevado poder de incapacitar a pessoa infectada surge através de mecanismos que atuam por vias neurogênicas e inflamatórias, fazendo com que essa patologia seja caracterizada como um problema de saúde pública.

Objetivos

Investigar notificações de casos de hanseníase no estado do Pará, correlacionando suas formas clínicas ao grau de incapacidade física.

Delineamento e Métodos

Este é um estudo longitudinal retrospectivo quantitativo, cujos dados foram coletados no DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). Os dados foram referentes aos casos notificados de hanseníase no estado do Pará nos anos de 2016, 2017 e 2018. Foram selecionados somente dados cujas classificações de grau de incapacidade física (G0, G1 e G2) foram avaliadas e tipo de hanseníase foi definido.

Resultados

Em 2016 foram identificadas 1639 notificações de pacientes com classificação G0 (10,55% MHV; 50,45% MHD; 14,64% MHT e 24,34% MHI), 663 G1 (25,18% MHV; 64,70% MHD; 5,58% MHT e 4,52% MHI) e G2 188 (23,93% MHV; 69,68% MHD; 4,25% MHT e 2,12% MHI). Já em 2017 houve 1614 com classificação G0 (11,02% MHV; 49,44% MHD; 13,75% MHT e 26,14% MHI), 693 G1 (23,52% MHV; 65,8% MHD; 5,91% MHT e 4,76% MHI) e 209 G2 (38,75% MHV; 54,54% MHD; 4,30% MHT e 2,39% MHI). Em 2018 foram identificados 1471 com classificação G0 (11,89% MHV; 51,32% MHD; 13,73% MHT e 23,04% MHI), 644 G1 (20,96% MHV; 66,92% MHD; 7,14% MHT e 4,96% MHI) e 194 G2 (35,41% MHV; 87,50% MHD; 8,33% MHT e 3,47% MHI).

Conclusões/Considerações Finais

A partir do exposto, pode-se inferir que o elevado número de casos classificados de grau de incapacidade física 1 e 2 nas formas dimorfa e virchowiana estejam relacionadas ao diagnóstico tardio da doença. Além disso, destaca-se que na patogênese da doença o tipo de resposta imunológica (th2) que estas apresentam é responsável por causar hipersensibilidade do nervo e déficit motor e sensitivo.

Referências

1. ALVES, Cinthia Janine Meir, et al. Avaliação do grau de incapacidade dos pacientes com diagnóstico de hanseníase em Serviço de Dermatologia do Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 43(4):460-461, jul-ago, 2010.
2. LEANO, Heloisy Alves de Medeiros, et al. Indicadores relacionados a incapacidade física e diagnóstico de hanseníase. Rev. Rene , 18(6):832-9; nov-dez, 2017.
3. Santana EMF, Brito KKG, Nogueira JA, Leabedal ODCP, Costa MML, Silva MA, et al. Deficiências e incapacidades na hanseníase: do diagnóstico à alta por cura. Rev. Eletr. Enf. [Internet], 2018. Disponível em: https://doi.org/10.5216/ree.v20.50436.
4. RIBEIRO, Gabriela de Cássia e LANA, Francisco Carlos Félix. Incapacidades físicas em hanseníase: caracterização, fatores relacionados e evolução.
5. ARAÚJO, Ana Eugênia Ribeiro de Araújo, et al. Complicações neurais e incapacidades em hanseníase em capital do nordeste brasileiro com alta endemicidade. Rev. Bras. Epidemiol, 17(4): 899-910; Out-Dez 2014.

Palavras-chave

Hanseníase. Epidemiologia. Grau de incapacidade física.

Área

Tema livre

Autores

Bárbara Caroline Garcia Freitas, Igor Costa Lima, Adriana Conceição Borges Silva, Bruna Ferreira Carvalho, Luciana Mota Silva