Dados do Trabalho
Título
PROSPECÇAO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA DE SELENO-INDOIS IN VITRO
Fundamentação/Introdução
As leishmanioses são doenças negligenciadas causadas por protozoários do gênero Leishmania e endêmicas no Brasil. As terapias atuais apresentam problemas de resistência parasitária e toxicidade elevada.
Objetivos
Avaliar o potencial leishmanicida de seleno-indóis, selenocianatos e disselenetos sobre formas promastigotas de L. amazonensis e sua citotoxicidade em hemácias humanas, macrófagos e células da linhagem Vero.
Delineamento e Métodos
Os seleno-indóis foram sintetizados através da utilização de espécies eletrofílicas de selênio. Primeiramente foram preparados
os selenocianatos através da reação entre indóis e triselênio dicianato. Em seguida os selenocianatos foram transformados nos respectivos disselenetos através de desproteção do átomo de selênio utilizando NaBH 4 e posterior oxidação pelo ar atmosférico aos respectivos disselenetos. Para triagem da atividade leishmanicida formas promastigotas de Leishmania amazonensis foram incubadas separadamente in vitro com 13 diferentes seleno-indóis a 100 μM, e a viabilidade do parasito determinada usando ensaio de MTT. Os
compostos com ação leishmanicida foram avaliados em concentrações de 1 a 100 μM para determinar o IC 50 em 48 h. A citotoxicidade dos compostos foi avaliada através de ensaio hemolítico e citotoxicidade usando o teste de MTT.
Resultados
Dos 13 compostos testados, seis apresentaram ação contra formas promastigotas de L. amazonensis (QMCSe 2 IC 50 = 72,88 µM, QMCSe 3 IC 50 = 28,37 µM, QMCSe 4 IC 50 = 58,73 µM, QMCSe 6 IC 50 = 27,81 µM, QMCSe 7 IC 50 = 32,35 µM, QMCSe 8 IC 50 = 20,70 µM). Estes compostos também foram capazes de inibir o crescimento de promastigotas in vitro no ensaio de cinética de crescimento. A citotoxicidade dos compostos contra macrófagos RAW e células da linhagem vero foi baixa, havendo diminuição de viabilidade apenas
quando se utilizou concentrações altas (100 ou 250 µM) para os compostos QMCSe 7 e QMCSe 8 na linhagem Vero. No ensaio de hemólise nenhum dos compostos apresentou citotoxicidade significativa. Na concentração mais alta testada (1000 µM) a hemólise máxima foi de 7% para todos os compostos.
Conclusões/Considerações Finais
Os resultados indicam que os compostos denominados QMCSe 3, QMCSe 6, QMCSe 7 e QMCSe 8 foram os que apresentaram melhor atividade contra formas promastigotas de L. amazonensis. Estudos contra a forma amastigota estão em andamento para confirmação da eficácia contra Leishmania.
Palavras-chave
leishmania amazonensis, leishmanicida, seleno-indóis, selenocianatos, disselenetos, citotoxicidade, selênio
Área
Tema livre
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Paulo Cesar Santana Filho, Matheus Brasil, Roberta Hart Golbert, Rômulo Faria Santos Canto, Pedro Roosevelt Torres Romão