I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

EFEITO CORONA EM NANOPARTICULAS LIPIDICAS SOLIDAS DEPENDE DO TEMPO DE EXPOSIÇAO

Fundamentação/Introdução

Atualmente, a indústria farmacêutica tem grande interesse na produção de produtos nanotecnológicos, devido ao alcance diferenciado dos nanocarreadores no organismo humano. Para fins terapêuticos, torna-se necessário avaliação de toxicidade junto a sistemas biológicos.

Objetivos

Este estudo objetivou avaliar a exposição das nanopartículas lipídicas sólidas ao meio de cultura contendo soro fetal bovino, a fim de verificar a formação da corona proteica em torno das mesmas, que pode ocorrer a partir do momento que nanopartículas e biomoléculas presentes nos fluidos biológicos passam a interagir. A composição e a estrutura da corona dependem das propriedades físico-quimicas do nanomaterial, bem como a natureza do ambiente fisiológico e a duração da exposição. A corona proteica altera o tamanho e a composição interfacial de nanopartículas, dando uma nova identidade biológica às mesmas.

Delineamento e Métodos

A avaliação experimental quanto à capacidade de formar a corona proteica foi realizada com nanopartículas lipídicas sólidas contendo curcumina e capsaicina e nanopartícula branca, utilizando a metodologia descrita por Ma e colaboradores. Foram testadas 3 concentrações (5, 12 e 24 µg/mL para curcumina e 0,17, 0,4 e 0,8 µg/mL para capsaicina), incubados em 0, 15, 30, 60 minutos e, também em 24, 48 e 72 h a 37 °C no meio Dulbecco'sModifiedEagleMedium (DMEM), contendo 10% de soro fetal bovino (SFB). Todas as amostras foram caracterizadas quanto ao diâmetro médio, índice de polidispersão (PDI) e potencial zeta.

Resultados

Os resultados obtidos foram analisados pela análise de variância (ANOVA) de uma via, e teste de Tukey. Após 24, 48 e 72 h de incubação a NB e NCC apresentaram aumento significativo no diâmetro médio comparados com o tempo inicial (t=0 min). Enquanto que o valor de PDI apresentou oscilação na NB e NCC até as 72 h de incubação. E o potencial zeta uma diferença significativa para NCC (24 µg/mL para curcumina e 0,8 µg/mL para capsaicina) após 48 h.

Conclusões/Considerações Finais

A espessura da corona proteica pode estar relacionada a fatores como concentração de proteína. A variação de diâmetro apresentado durante o tempo inicial até os 60 min nas 3 concentrações de NB e NCC pode ser devido a adsorção das proteínas plasmáticas. Resumindo, a formação da corona aumenta com o tempo de exposição. Desta forma é importante realizar mais avaliações in vitro para elucidar o comportamento das nanopartículas.

Referências

(GESSNER et al., 2002; LYNCH; DAWSON, 2008; MAIORANO et al., 2010; VROMAN et al., 1980)
GESSNER, Andrea et al. Influence of surface charge density on protein adsorption on polymeric
nanoparticles: analysis by two-dimensional electrophoresis. European Journal of Pharmaceutics and
Biopharmaceutics, [s. l.], v. 54, n. 2, p. 165–170, 2002.
LYNCH, Iseult; DAWSON, Kenneth A. Protein-nanoparticle interactions. Nano Today, [s. l.], v. 3, n. 1,
p. 40–47, 2008.
MAIORANO, Gabriele et al. Effects of cell culture media on the dynamic formation of protein-
nanoparticle complexes and influence on the cellular response. ACS nano, [s. l.], v. 4, n. 12, p.
7481–7491, 2010.
VROMAN, L. et al. Interaction of high molecular weight kininogen, factor XII, and fibrinogen in
plasma at interfaces. Blood, [s. l.], v. 55, n. 1, p. 156–159, 1980.

Palavras-chave

Proteína, meio de cultura, diâmetro, nanopartícula.

Área

Tema livre

Instituições

Universidade Franciscana - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Manuela Bianchin Marcuzzo , Vivian Shinobu Kishimoto Nishihira, Morgana Brondani, Jessica Tadiello dos Santos, Virginia Cielo Rech