Dados do Trabalho

Título

ASSOCIAÇAO ENTRE A TRICOMONIASE E O AUMENTO DO RISCO DE TRANSMISSAO E AQUISIÇAO DO HIV: UMA REVISAO

Fundamentação/Introdução

Trichomonas vaginalis é um protozoário flagelado causador da tricomoníase humana, infecção sexualmente transmissível (IST) não viral mais comum do planeta. A tricomoníase está associada à infertilidade, complicações gestacionais, predisposição ao câncer cervical e de próstata, e aumento do risco de transmissão e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Objetivos

Objetivou-se realizar um levantamento bibliográfico na literatura disponível sobre os fatores que influenciam a transmissão e aquisição do HIV em pacientes com tricomoníase.

Delineamento e Métodos

A presente pesquisa trata-se de uma revisão de literatura de periódicos, foi realizada em websites de busca, como Google Acadêmico, PubMed, e Science Direct, resultando em artigos publicados entre os anos de 2001 a 2019 em inglês. Os descritores utilizados foram: tricomoníase, Trichomonas vaginalis, HIV e infecção sexualmente transmissível. Sendo encontrados 17 artigos, dos quais apenas 10 atenderam ao objetivo.

Resultados

Estudos descreveram uma associação entre transmissão e aquisição de T. vaginalis e HIV, sendo a chance de contrair HIV em cerca de 50%. Os relatos revelaram que T. vaginalis contribui para a pandemia do vírus, devido à alta prevalência de infecção causada pelo parasito, sobretudo na África subsaariana. Assim, foram propostos três mecanismos biológicos que viabilizam tal associação: (1) T. vaginalis pode danificar a membrana epitelial que atua como uma barreira ao HIV; (2) o parasito demonstrou provocar uma resposta inflamatória entre indivíduos infectados, o que pode aumentar o aparecimento de células alvo do HIV; (3) a tricomoníase tem sido associado à vaginose bacteriana, sendo isso um fator que aumenta o risco de aquisição do HIV. Além disso, o parasito é capaz de internalizar vírus humanos por meio de endocitose. Os vírus veiculados por T. vaginalis poderiam contribuir para sua transmissão para um novo hospedeiro, pois os vírus internalizados pelo parasito mostraram-se infecciosos para as células humanas de 2 a 6 dias. Todas essas consequências facilitam o risco de transmissão e obtenção do vírus em indivíduos com tricomoníase.

Conclusões/Considerações Finais

Portanto, devido às altas taxas de T. vaginalis em populações suscetíveis ao HIV, a vigilância ativa e o tratamento da tricomoníase podem resultar em uma redução significativa na disseminação do HIV. Logo, a tricomoníase deveria ser prioridade em programas de controle de IST´s.

Palavras-chave

HIV; infeção sexualmente transmissível; Trichomonas vaginalis; tricomoníase