Dados do Trabalho
Título
DIFERENÇAS NO PERFIL MICROSCOPICO DO EXAME QUALITATIVO DE URINA (EQU) DE MULHERES GESTANTES E NAO GESTANTES ATENDIDAS EM UM LABORATORIO ESCOLA DE ANALISES CLINICAS
Fundamentação/Introdução
As infecções do trato urinário (ITU) são patologias muito frequentes em mulheres. Durante a gestação, o trato urinário está anatomicamente e fisiologicamente alterado, representando um fator de risco adicional ao desenvolvimento de ITU. Neste contexto, durante a gravidez, a bacteriúria assintomática aumenta significativamente o risco de pielonefrite materna e complicações fetais, incluindo nascimentos prematuros, recém-nascidos de baixo peso, ruptura prematura de membranas amnióticas e óbito perinatal. O exame qualitativo de urina (EQU) é capaz de detectar sinais de uma possível infecção urinária, como bacteriúria e leucocitúria.
Objetivos
Avaliar e comparar o perfil do EQU de mulheres gestantes e não gestantes atendidas em um Laboratório Escola de Análises Clínicas (LAC) no ano de 2017.
Delineamento e Métodos
Estudo retrospectivo do tipo caso-controle, no qual foram selecionados, aleatoriamente, 81 exames EQU de mulheres gestantes (casos) e, posteriormente, 81 exames EQU de mulheres não gestantes (controles), pareadas em idade com os casos. Dos exames selecionados, foram transcritos para uma planilha de Excel a idade e os resultados do EQU de cada mulher selecionada. As diferenças foram avaliadas pelo Teste de Qui-Quadrado ou Teste T.
Resultados
O grupo de mulheres gestantes teve média de idade de 24,7±6,9 anos e o grupo de mulheres não-gestantes de 26,8±6,9 anos. No exame físico da urina, constatou-se diferenças significativas na média do pH e densidade urinária entre os grupo de estudo. No exame microscópico de sedimento urinários, foi constatado que o grupo de mulheres gestantes apresentou maior percentual de leucocitúria, bacteriúria e de células epiteliais em relação ao grupo de mulheres não-gestante (controles), indiciando maior propensão ao desenvolvimento de infecções do trato urinário no grupo de gestantes.
Conclusões/Considerações Finais
As alterações encontradas no grupo de mulheres gestantes pode ser consequência das alterações anatômicas e fisiológicas do trato urinário durante a gravidez, como diminuição da capacidade renal de concentrar urina, reduzindo assim sua atividade antibacteriana, e aumento da excreção de glicose e aminoácidos, fornecendo um meio apropriado para a proliferação bacteriana. Também sugerimos, com este estudo, a importância do EQU para a triagem de alterações urinárias em gestantes, e indicamos a necessidade de realizar urocultura afim de confirmar as infecções urinárias nos casos de alterações na sedimentoscopia.
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Palavras-chave
Gestação; infecção urinária; Exame qualitativo de urina
Área
Tema livre
Autores
Patrícia Rizzi VIEIRA, Camila Pileco CAPELETTI, Gabriela Campos LOURENÇO, Lucas SILVEIRA, Mariana Migliorini PARISI, Thais Santos COSTA, Maria Letícia MELLO