Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE INFECÇOES PELO HIV-1 E CO-INFECÇOES HBV-HIV-1 E HCV-HIV-1 EM USUARIOS DE DROGAS ILICITAS NA REGIAO AMAZONICA

Fundamentação/Introdução

Atualmente, o uso de drogas ilícitas é importante problema de saúde pública no mundo [1]. Os usuários de drogas ilícitas (UD) são particularmente vulneráveis ao vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV), vírus da imunodeficiência humana (HIV) e outros patógenos transmitidos pelas vias parenteral e sexual, como resultado de relações sexuais desprotegidas, promiscuidade sexual, e compartilhamento de seringas contaminadas e outros equipamentos utilizados para o uso de drogas [1,2]. No Brasil, as drogas ilícitas mais consumidas são: maconha, cocaína e seus derivados (pasta, crack e pó) [3]. Recentemente, estudos indicaram elevadas prevalências de infecções pelo HBV e HCV em UD na Amazônia [4,5]. Aspectos epidemiológicos sobre a infecção pelo HIV em UD ainda são desconhecidos na região amazônica.

Objetivos

Determinar a prevalência de infecções pelo HIV-1 e as prevalências de co-infecções HBV-HIV-1 e HCV-HIV-1 em usuários de drogas ilícitas na região amazônica.

Delineamento e Métodos

Este estudo acessou UD em 42 municípios (11 no Amapá e 31 no Pará) na região amazônica utilizando a técnica bola de neve adaptada. Amostras biológicas e informações sócio-demográficas, econômicas e comportamentais foram coletadas. A presença de antígenos e anticorpos anti-HIV-1/2 foi avaliada por imunoensaio de quimioluminescência (CLIA) e os resultados confirmados por reação em cadeia pela polimerase (PCR) em tempo real e western blotting (WB). As amostras positivas para HIV-1 por CLIA foram testadas para a presença de ácidos nucléicos de HBV e de HCV usando PCR em tempo real.

Resultados

Antígenos e anticorpos anti-HIV-1/2 foram detectados em 270 UD (15.4%), dentre os quais 177 (10.1%) tinham RNA-HIV-1 e 89 (5.1%) anticorpos anti-HIV-1. Além disso, o DNA-HBV foi detectado em 46 (17.3%) UD infectado pelo HIV-1 e o RNA-HCV foi detectado em 30 (11.3%) UD. Sendo que, 14 (5.3%) UD apresentaram ácidos nucléicos de HIV-1, HBV e HCV.

Conclusões/Considerações Finais

Esses achados indicam elevadas prevalências de infecções pelo HIV-1 e co-infecções HBV-HIV-1 e HCV-HIV-1 em UD, indicando a necessidade imediata de ações e políticas para o controle e a prevenção da dispersão desses agentes infecciosos nesse grupo de vulneráveis, assim como na população em geral

Referências

1. Degenhardt L, Hall W (2012). Extent of illicit drug use and dependence, and their contribution to the global burden of disease. Lancet. 379, 55-70.
2. Butler AJ, Rehmm J, Fischer B (2017). Health outcomes associated with crack-cocaine use: Systematic review and meta-analyses. Drug. Alcohol. Depend. 180, 401-416.
3. Abdalla RR, Madruga CS, Ribeiro M, et al. (2014). Prevalence of cocaine use in Brazil: data from the II Brazilian national alcohol and drugs survey (BNADS). Addict. Behav. 39, 297-301.
4. Andrade AP, Pacheco SD, Silva FQ, et al. (2017). Characterization of hepatitis B virus infection in illicit drug users in the Marajó Archipelago, northern Brazil. Arch. Virol. 162, 227-233.
5. Silva FQ, Santos FJA, Andrade AP, et al. (2018). Hepatitis C virus infection among illicit drug users in an archipelago of the Amazon. Arch. Virol. 163, 617-622.

Palavras-chave

HIV-1, Co-infecções, Epidemiologia, Uso de drogas ilícitas, Amazônia