Dados do Trabalho
Título
ALTERAÇOES EPIGENETICAS SAO RELATADAS EM ESTRUTURAS CEREBRAIS DE MODELO ANIMAL DE SEPSE
Fundamentação/Introdução
A sepse possui como característica relevante a presença de encefalopatia seguida de ativação microglial, o que leva a expressão de mediadores inflamatórios e estresse oxidativo. Estudos recentes mostram que insultos por estresse oxidativo e eventos inflamatórios podem levar à vulnerabilidade da expressão de alguns genes e a alterações epigenéticas, como a metilação, acetilação e fosforilação, alterando a transcrição gênica. Uma vez que a transcrição do gene na sepse é alterada, a resposta pode ser ainda mais exacerbada.
Objetivos
Relatar as mudanças epigenéticas em estruturas cerebrais de modelos animais de sepse.
Delineamento e Métodos
Foi realizado um estudo experimental, em que se utilizaram Ratos Wistar machos que se dividiram em dois grupos, grupo CLP que teve a sepse induzida pelo modelo de ligadura e perfuração cecal e o grupo Sham (controle). A morte dos animais por decapitação foi realizada em tempos diferentes, 24 horas, 72 horas, 10, 30 e 60 dias após a sepse. Foram dissecadas as estruturas de hipocampo e córtex frontal para analisar a atividade das enzimas HAT, HDAC e DNMT, que foram realizadas conforme o kit de ensaio, a fim de analisar alterações epigenéticas causadas por elas.
Resultados
Como resultado, não se obteve alteração na atividade da enzima HAT em nenhum dos tempos, já na atividade das enzimas HDAC e DNMT observou-se um aumento nos tempos de 72h, 10 e 30 dias após a sepse e uma redução significativa de ambas após 60 dias.
Conclusões/Considerações Finais
Foi possível observar alterações epigenéticas e desregulação na transcrição gênica no cérebro de modelo animal de sepse, porém é preciso de técnicas mais avançadas para se saber que gene foi afetado por tal modificação. Como na sepse a presença de estresse oxidativo e a liberação de mediadores inflamatórios são bem relatadas, pode se supor que esses insultos levem a alterações epigenéticas, como a transcrição gênica, que pode estar relacionada à exacerbação da resposta inflamatória. Sendo assim, a modulação epigenética pode ser considerada como uma estratégia terapêutica na sepse, como uma alternativa de diminuir a neuroinflamação e os danos a longo prazo causados por ela.
Referências
1 Margueron R, Trojer P, Reinberg D: The key to development: interpreting the histone code? Curr Opin Genet Dev. 2005, 15:163–176.
2 Reik W: Stability and flexibility of epigenetic gene regulation in mammalian development. Nature. 2007, 447:425–432.
3 Chen Y, Hong T, Wang S, Mo J, Tian T, Zhou X: Epigenetic modification of nucleic acids: from basic studies to medical applications. Chem Soc Rev. 2017, 46(10):2844-2872.
Palavras-chave
Sepse, epigenética, estresse oxidativo, enzimas.
Área
Tema livre
Autores
Heloísa Borges, Monique Michels, Mariane Abatti, Andriele Vieira, Felipe Dal Pizzol, Amanda Goulart