I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇAO DO EFEITO DE UM ANTI-INFLAMATORIO E DE SUA ASSOCIAÇAO COM DOXORRUBICINA EM CELULAS DE ADENOCARCINOMA DE PROSTATA LNCAP

Fundamentação/Introdução

O câncer é caracterizado pelo crescimento celular desordenado, transformações morfológicas e mutações, havendo a desregulação da apoptose e hiperproliferação celular. Juntamente com a carcinogênese, observa-se a presença de um microambiente inflamatório, o qual contribui para o início e progressão do câncer. A inflamação crônica está associada a evolução do câncer. O câncer de próstata é a neoplasia que mais acomete os homens no Brasil e há evidências de que a inflamação crônica é importante no desenvolvimento dessa patologia.

Objetivos

Investigar o efeito de um anti-inflamatório não esteroidal, inibidor das vias COX-1/2 e 5-LOX, sua associação com o quimioterápico doxorrubicina em células de adenocarcinoma de próstata LNCaP e sua ação frente a viabilidade de macrógafos murinos RAW 264.7.

Delineamento e Métodos

Foi feito um estudo quantitativo e experimental. A viabilidade celular foi avaliada através do teste de MTT. Na linhagem LNCaP, este teste foi realizado em 48 e 72 horas; já nas células RAW, em 24 horas. Foi feito o acompanhamento do crescimento celular de LNCaP em 48 e 72 horas de tratamento.

Resultados

Na linhagem LNCaP, observa-se uma diminuição da viabilidade celular quando submetido ao tratamento com doxorrubicina a 1 e 0,1μM, não havendo potencialização significativa do efeito inibitório quando associada ao anti-inflamatório a 10μM, em 48 e 72 horas. Qualitativamente, as respostas ao tratamento com os fármacos são dose e tempo dependentes, e a avaliação do crescimento e da morfologia das células LNCaP, sugerem uma diminuição da sua proliferação após 72 horas de tratamento (doxorrubicina a 0,1 μM e anti-inflamatório 10μM), sendo que estas mesmas concentrações não interferiram na viabilidade celular dos macrófagos após 24 horas de tratamento.

Conclusões/Considerações Finais

A doxorrubicina a 1μM e 0,1μM reduziu significativamente a viabilidade celular 29,8% e 50,2%, respectivamente, em células LNCaP, em relação ao controle, após 72h de tratamento, porém sua associação com o anti-inflamatório não potencializou este efeito frente a viabilidade celular pelo método de MTT. No entanto, a associação (doxorrubicina a 0,1μM e anti-inflamatório 10μM) causou uma redução na proliferação celular após 72 horas de tratamento, em células LNCaP. A investigação do mecanismo envolvido na inibição da proliferação celular está sendo conduzida, bem como a análise da expressão de proteínas envolvidas com o crescimento e diferenciação celular, como por exemplo, COX-2 e p38 MAPK.

Referências

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estatísticas de câncer. Rio de Janeiro/RJ. Disponível
em: <https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer> Acesso em: 10
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Palavras-chave

Câncer de próstata. Anti-inflamatório. Doxorrubicina. LNCaP. RAW 264.7.

Área

Tema livre

Autores

Larissa Aguiar Santos, Bruna Caye, Taiane Schneider, Stefan Laufer, Márcia Inês Goettert